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Diário de um desconfinamento: David Almeida, Pinto di Blu

Diário de um desconfinamento: David Almeida, Pinto di Blu

7 Fev, 2022

David Almeida, Pinto di Blu


Nesta edição do Diário de um (Des)confinamento, falamos com David Almeida, responsável da empresa Costa, Costa & Oliveira, detentora da marca Pinto di Blu.

A pandemia trocou literalmente as voltas ao setor do calçado. De que forma se adaptou a sua empresa a este período crítico?
Com muito trabalho de equipa, espírito de sacrifício, flexibilidade, criatividade e rigor.

Considera que o pior já passou?
Sim, embora a recuperação para os níveis pré-pandemia possa demorar.

Será 2022 um ano de afirmação do calçado português no exterior?
O calçado português há muito que se afirmou no exterior. Há vários anos que o “made in Portugal” não é apenas um motivo de orgulho, mas sim um forte argumento de venda. Eu diria que 2022 será um ano de recuperação e relançamento do calçado português e nessa medida poderá considerar-se que será um ano de afirmação.

Quais são as principais dificuldades que sente nesta altura?
As maiores dificuldades são a quebra na procura e a dificuldade de repercutir nos preços do calçado o aumento extremamente expressivo dos custos produtivos em especial das matérias-primas, energia e transportes. Atrasos nos abastecimentos de matérias-primas e falta de mão de obra especializada são também grandes dificuldades.  

Passada esta “tormenta”, o que ficou? Antevê alterações ao nível do perfil do consumo ou mesmo da estratégia de subcontratação das grandes marcas internacionais que favoreçam, por exemplo, uma relação de maior proximidade?
As mudanças que já se faziam sentir sofreram uma enorme aceleração e vão continuar. Ficou uma maior flexibilidade, rapidez e criatividade para o setor se adaptar aos novos canais de distribuição e a novos nichos de mercado que se traduzem em oportunidades num comércio internacional cada vez mais dominado por grandes empresas e marcas globais. A crise pandémica e logística levou a que as grandes marcas internacionais repensassem as suas estratégias e estejam a transferir parte da sua produção na Ásia para geografias de maior proximidade e Portugal e Espanha, previsivelmente beneficiarão desta mudança.

A sustentabilidade veio para ficar ou é, na sua opinião, uma moda passageira?
Indubitavelmente, a sustentabilidade veio para ficar. Infelizmente, há quem a use apenas como uma técnica de comunicação. A sustentabilidade tem que ser uma atitude interiorizada e praticada diária e convictamente tanto pelos responsáveis pela gestão como por todos os trabalhadores.   

O que tem a indústria portuguesa de calçado para oferecer nos mercados externos?
A indústria portuguesa de calçado tem uma qualidade que há muito é reconhecida nos mercados externos. Essa qualidade vai desde o desenvolvimento à produção e tudo feito de forma rápida e flexível sem a exigência de quantidades muito elevadas como acontece com os fabricantes asiáticos. Uma logística eficaz e célere também contribui para o sucesso. Acresce ainda que alguns dos projetos mais inovadores do setor do calçado ao nível mundial têm sido desenvolvidos em Portugal, contribuindo para a modernização e prestígio do setor.


Foto de João Saramago

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