APICCAPSAPICCAPSAPICCAPS
Facebook Portuguese Shoes APICCAPSYoutube Portuguese ShoesAPICCAPS

Diário de um desconfinamento: Maria João Lima, Jóia

Diário de um desconfinamento: Maria João Lima, Jóia

4 Mar, 2022

Nesta edição do Diário de um Desconfinamento, falamos com Maria João Lima, da empresa de calçado Jóia.


A pandemia trocou literalmente as voltas ao setor do calçado. De que forma se adaptou a sua empresa a este período crítico?
Recuando à memória dos primeiros episódios alarmantes, a forma como todos interpretamos esta abrupta realidade, supondo colectivamente o que teríamos pela frente, talvez seja parte da resposta.

Fomos acompanhando as notícias sobre a evolução da pandemia, bem como dos constrangimentos causados à nossa área de negócio e, seguindo as recomendações das autoridades sanitárias, adaptamos o nosso trabalho. Das primeiras medidas que assumimos com rigor foi a imediata implementação das condições de trabalho que nos foram indicadas, fosse por orientação da própria APICCAPS ou pelas autoridades de saúde pública, a fim de proteger os nossos colaboradores dentro da empresa.

De seguida, tentamos minimizar as consequências sofridas por clientes e fornecedores, com condicionamentos de encomendas, escassez de fornecimentos, ou atrasos de entrega de matérias-primas, para além do absentismo por infecção e/ou confinamento, relativos à elementar força da mão-de-obra. Ainda assim, utilizamos os incentivos ao dispor, sempre que a nós adequados.

Considera que o pior já passou?
Considerarei que o pior já terá passado, assim que haja indicadores sólidos que a realidade económica nos permita voltar ao período pré-pandemia, sem receios ou restrições às nossas rotinas e modo de vida.

Será 2022 um ano de afirmação do calçado português no exterior?
Não diria de afirmação, pois o calçado português é já um valor seguro e com créditos firmados pelo mundo fora, especialmente para os “connaisseurs”.

Prefiro considerar a hipótese de agarrar uma oportunidade para continuar a dignificar e credibilizar a imagem que vem sendo construída pelo setor e aproveitar este capítulo em nosso favor.

Quais são as principais dificuldades que sente nesta altura?
Essa realidade diária é a que surge como o verdadeiro desafio. Compatibilizar os fornecimentos das matérias primas, com as exigências que os clientes nos impõem em termos de timing.

O rigor na excelência do artigo que produzimos, nunca foi tão elevado. Parece que este contexto pandémico acrescentou um novo patamar qualitativo.

Daí assimilarmos este desafio de prosseguir nessa confiança que se atribui ao ramo do calçado, representando isto um mérito a alcançar.

Não só por reconhecimento às nossas raízes fundadoras, mas também por natural determinação em acompanhar a vanguarda.

Passada esta “tormenta”, o que ficou? Antevê alterações ao nível do perfil do consumo ou mesmo da estratégia de subcontratação das grandes marcas internacionais que favoreçam, por exemplo, uma relação de maior de proximidade?
As dificuldades que conhecíamos antes da pandemia, infelizmente persistem e possivelmente agravaram-se:
Refiro a escassez de mão de obra especializada e a falível qualidade de algumas das matérias-primas que outrora se destacavam para este patamar que agora defendemos.
A nossa exigência para com fornecedores também se começa a fazer sentir, e dai a legitima imposição de critérios elevados, que espero contribuírem para a capacidade qualitativa do sector que representamos.
Quanto às preocupações mais emergentes causadas pela pandemia, indico os atrasos nas entregas de componentes importados, os constantes e imprevisíveis aumentos dos preços das matérias-primas (cuja flutuação impede um planeamento justo e padronizado) e a palpitação diária em assimilar as constantes decisões político-económicas que todos percebemos e nos forçamos a adaptar.

A sustentabilidade veio para ficar ou é, na sua opinião, uma moda passageira?
De modo algum é ou pode ser uma moda passageira. Responder o contrário é negar o evidente ou não considerar o paradigma económico vindouro, que vai servir de modelo eficiente às gerações seguintes.
A competitividade, o desenvolvimento tecnológico, a inovação e acima de tudo, perceber as reais falhas de mercado, entendendo os “Clusters” operacionais, são a fechadura onde serve a chave mestra para prosperar neste mercado.

O que tem a indústria portuguesa de calçado para oferecer nos mercados externos?
Notória e reconhecida qualidade, Curriculum Q.B. e constante vontade de liderar, destacando-se por isso mesmo.


Partilhar:

Últimas Notícias