Comissária Europeia garante que é fundamental que os países tenham uma visão estratégica
“A forma como vamos responder a esta crise definirá a nossa economia para as próximas gerações, definirá se seremos capazes de desenvolver novas competências, acrescentar valor e ampliar a nossa capacidade de criar riqueza de forma sustentada, também ambientalmente”. O considerando é de Elisa Ferreira. A comissária europeia para a Coesão e Reformas interveio ontem na conferência promovida pelo INESC “40 anos de Ciência e Conhecimento: capacitar as empresas para novos desafios”.
Para a Comissária é fundamental clarificar a estratégia e selecionar os instrumentos adequados para o relançamento das economias, no âmbito do plano de recuperação económica. No entanto, diz Elisa Ferreira, “mais importante do que os montantes disponíveis pela Comissão Europeia, é fundamental que as regiões e os países tenham uma visão clara da forma de utilização desta oportunidade única na história”.
“Este é um desafio que se coloca a Portugal, às empresas portuguesas, aos investigadores portugueses, às instituições e responsáveis públicos de desenvolver um plano de relançamento económico que faça melhor uso dos recursos nacionais e comunitários”.
Considerando esta “uma oportunidade única para alavancar a rápida recuperação económica”, a Comissário reconhece que Portugal e a Europa devem “preparar a recuperação com os olhos postos no futuro”.
“Temos pela frente um enorme desafio, mas também historicamente os meios para o enfrentar, é isso que espero que decorra das negociações que vão ter lugar até ao fim deste mês, e temos atores capazes de desenvolver e sustentar uma estratégia de desenvolvimento sustentado para o país”, referiu Elisa Ferreira.
As atuais negociações decorrem em torno da proposta apresentada pela Comissão no final de maio de um Fundo de Recuperação da economia europeia no pós-pandemia, no montante global de 750 mil milhões de euros. Desses, estão previstos 500 mil milhões em subvenções e 250 mil milhões em empréstimos e um Quadro Financeiro Plurianual revisto para 2021-2027, no valor de 1,1 biliões de euros.
Segundo a proposta, Portugal poderá vir a arrecadar 26,3 mil milhões de euros, 15,5 mil milhões dos quais em subvenções e os restantes 10,8 milhões sob a forma de empréstimos, segundo dados divulgados pela Lusa.