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Empresas de calçado criam corrente solidária

Empresas de calçado criam corrente solidária

1 Abr, 2020

A proliferação do novo COVID-19 em Portugal provocou um abrandamento geral da economia. Mas nem por isso as empresas de calçado baixaram os braços. Estima-se que, neste momento, cerca de 20 empresas da indústria estejam a produzir viseiras e máscaras hospitalares. Um número que tem vindo a subir com a adesão das empresas a esta onda solidária.
 
Seguindo o movimento iniciado pela empresa Vitorino Coelho (uma das primeiras do setor a iniciar a produção de máscaras), Luís Onofre iniciou a produção diária de 500 máscaras de apoio, na sua fábrica em Oliveira de Azeméis, em parceria técnica com o CTCP (Centro Tecnológico do Calçado de Portugal). Com vista a apoiar a comunidade local na prevenção e combate à Covid-19, Estas máscaras não cirúrgicas, destinam-se a doações junto de várias instituições do concelho de Oliveira de Azeméis e arredores. Hospital de Santa Maria da Feira, Hospital de Famalicão, Centro Dial, Lar Geribranca, Lar Pinheiro da Bemposta, Lar Pró Outeiro e Cruz Vermelha são alguns dos destinatários com quem a cadeia de fornecimento já foi assegurada.
 
Mas existem mais empresas a seguir este exemplo. É o caso da Atlanta. A empresa de solas de Felgueiras está a produzir viseiras, que terão como destino profissionais de saúde. Depois de alguns testes e protótipos, a empresa consegui alterar a sua produção e passar a incorporar este produto. “Fizemos um protótipo inicial e uma série de cerca de 700 unidades que, entretanto, e após feedback de profissionais de saúde foi melhorado e temos, atualmente, em curso e em fase final de produção, uma série de cerca de 5000 unidades”, diz o responsável da empresa Paulo Ribeiro.
As viseiras vão ser distribuídas pelos hospitais do norte de Portugal. Apesar disso, as primeiras unidades produzidas foram distribuídas pelas instituições de Felgueiras. “As viseiras estão a ser oferecidas a Instituições de Saúde, como Hospitais, Centros de Saúde, Bombeiros e outras, através da entrega às Câmaras Municipais que, são quem melhor conhece as necessidades dos Concelhos e das suas Instituições, e quem melhor fará a distribuição. Outras serão entregues diretamente a Hospitais da Primeira e Segunda linha do combate ao Covid-19 da Região Norte”.
 
Também a Jobel está a contribuir com viseiras para os hospitais do Norte do país. A empresa de componentes para calçado já ofereceu as primeiras viseiras ao Hospital de São João, mais especificamente ao serviço de Obstetrícia. “Perante a necessidade evidente de material de proteção médica, pensámos no que poderia uma empresa especializada na de solas pré-fabricadas fazer para ajudar. Fomos contactados por uma enfermeira do Centro Hospitalar de São João que procurava viseiras. Desenvolvemos um modelo que foi para aprovação ao gabinete competente (UPCIRA). Fizemos as afinações necessárias para obtermos a homologação”, explica Dulce Cardoso, responsável pela empresa.
 
A empresa de Vila Nova de Gaia tem uma produção diária de 350 viseiras. “Iniciámos a produção para o CHSJ e também para algumas clínicas com serviços contínuos, nomeadamente hemodiálise. Os tempos não são fáceis e os problemas de uma PME neste contexto são mais que conhecidos, mas isso não nos impede de estarmos presentes na área que mais apoio necessita ao momento”, garante Dulce Cardoso.
 
Também no setor de artigos de pele há exemplos de solidariedade. A Rufel substituiu temporariamente a produção de marroquinaria pela produção de viseiras. Cerca de 400 viseiras foram já entregues a diversos Hospitais, Lar de idosos e Cruz Vermelha da região de S. João da Madeira. A empresa contou com o apoio da 4Lean na disponibilização do plástico necessário.
 
Outras iniciativas solidárias
Mas as iniciativas solidárias não ficam por aqui. Mais empresas da industria estão a promover iniciativas de doação de outros materiais. Mais do que máscaras e ventiladores para ajudar os profissionais de saúde a combater a Covid-19 e a salvar vidas, muitos hospitais têm carência de calçado hospital que possa ser lavado e desinfetado na máquina de lavar. Assim, a TOWORKFOR / AMF SAFETY SHOES – em parceria com a ALOFT – adaptou a sua produção e, em tempo record, criou as WASHY CLOGS. Estas socas clássicas, em PVC ou SEBS, são confortáveis, leves e possuem boa resistência à abrasão e desempenho antiderrapante. O primeiro passo foi desenvolver estas novas socas e oferece-las aos hospitais, centros de saúde e lares de idosos na região de Guimarães. Tudo isto enquanto se mantém os postos de trabalho de mais de 250 colaboradores.
Mas não é só. A ara Portugal vai oferecer 10 pares de sapatos por dia a quem “mais precisa”. Será lançado um convite, através das redes sociais, convidando todas as pessoas a indicarem quem precisa de apoio nesta fase, quem merece um atenção especial ou quem merece ser recompensado. Todos os dias serão sorteados, de entre as propostas enviadas, os pares vencedores.
 
“Sejam os prestadores de cuidados de saúde nos hospitais, as forças policiais, os funcionários dos supermercados ou os pais que cuidam das crianças, em casa, e lhes proporcionam entretenimento. A ara gostaria de dizer obrigada todos os que neste momento mantêm as lojas a funcionar e dar-lhes uma pequena alegria”, diz a empresa em comunicado.
 
Mas esta solidariedade é transversal a outros setores de atividade. Também a indústria de vestuário, através da ANIVEC está a produzir máscaras e batas hospitalares.
 
Centro Tecnológico de Calçado
 deixa alguns alertas
 

“O elevado voluntarismo manifestado por empresas, entidades e pessoas individuais é muito necessário e desejável”, considera Maria José Ferreira. No entanto, alerta a responsável do Centro Tecnológico do Calçado de Portugal, “a falta de matérias-primas necessárias para a realização correta de alguns dos dispositivos, nomeadamente máscaras, que obrigam a normas exigentes, pode condicionar ou até impedir iniciativas beneméritas. O Centro Tecnológico continuará, ainda assim, “dentro da sua esfera de competência, a aconselhar as empresas”.

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