Mercado Doméstico Seguro 2021
O Governo está a ultimar a criação de um seguro de crédito, no valor de 500 milhões de euros, para cobrir os riscos associados às vendas das empresas no mercado nacional.
O despacho que cria a solução chamar-se-á "Mercado Doméstico Seguro 2021", está pronto e entrará em vigor no dia seguinte à sua publicação em Diário da República. Uma boa notícia, especialmente para as empresas de componentes para calçado.
No entretanto, a COSEC – Companhia de Seguro de Créditos – anunciou ter celebrado um Protocolo com a Direção Geral do Tesouro e Finanças para comercializar Seguros de Créditos de Curto Prazo com Garantia do Estado para operações realizadas em Portugal até 31 de dezembro de 2021, no valor de cerca de €132 milhões.
A Facilidade “Mercado Doméstico Seguro 2021”, com contratação e gestão online, através da plataforma COSECnet, permite aumentar o montante das coberturas dos riscos até 1,5 vezes os valores contratados na apólice base da COSEC, em situações cujo plafond atribuído seja inferior ao valor total que a empresa necessita.
Esta linha de apoio ao mercado interno ascende a um total de €250 milhões, valor repartido pelas seguradoras de crédito a operar em Portugal de acordo com a sua quota de mercado, podendo ser concedidas tranches suplementares até se encontrar atingido o valor global total da garantia do Estado de €500 milhões. Esta solução junta-se à Facilidade “Exportação Segura 2021”, protocolada no início deste ano, que permite comercializar Seguros de Créditos de Curto Prazo com Garantia do Estado em operações de exportação realizadas para todos os mercados externos da União Europeia e de todos os países da OCDE.
Já a Crédito y Caución, que terá uma quota de mercado na ordem dos 25%, refere a em comunicado que “a celebração deste acordo permitirá oferecer aos segurados a possibilidade de acederem a coberturas adicionais do seu risco de crédito por conta do Estado por um montante inicial de 64,75 milhões de euros”.
A nova linha Mercado Doméstico Seguro 2021 “tem um funcionamento semelhante ao já em vigor para o mercado externo. Pode ser ativada nos casos em que, após análise do risco de crédito do comprador associado a uma apólice de seguro de crédito, a Crédito y Caución tenha concedido coberturas inferiores à solicitada pela empresa vendedora”, refere a companhia explicando que “o montante da garantia adicional do Estado será acrescido ao risco assumido pela seguradora de crédito. O limite de cada operação, que varia em função do risco de crédito do comprador, pode atingir 1,5 vezes a cobertura concedida pela Crédito y Caución”.
“Congratulamo-nos com a assinatura deste acordo com o Estado Português, que reconhece a importância vital de um instrumento de apoio às empresas nas suas operações no mercado nacional, que se soma ao apoio às exportações”, afirmou Paulo Morais, Diretor de Território Portugal e Brasil da Crédito y Caución.
Já José Monteiro, Country Manager da Coface, salienta que “esta linha para mercado doméstico vai permitir manter a quota das empresas nacionais no mercado interno, uma vez que qualquer quebra de vendas no mercado doméstico, será seguramente aproveitada pelos concorrentes estrangeiros que vendem para Portugal e que podem assim aumentar a sua penetração, com prejuízo para as empresas nacionais”.
Coface