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Entrevista com o presidente da MICAM - Tommaso Cancellara

Entrevista com o presidente da MICAM - Tommaso Cancellara

3 Jun, 2020

75% das empresas tencionam estar na MICAM


Tommaso Cancellara, CEO da MICAM e Diretor Geral da Associação Italiana de Calçado

Numa época de profunda incerteza, que alterações estão previstas para a MICAM, aquela que é a maior feira de calçado do mundo? Em entrevista ao World Footwear, Tommaso Cancellara, CEO da Micam e Diretor Geral da Associação Italiana de Calçado, acredita que 75% das empresas marcarão presença em Milão em Setembro próximo.

 
Como vai ser a próxima edição da MICAM?
Antes de mais, estamos muito satisfeitos por poder confirmar a edição de setembro da MICAM, que se realizará de 20 a 23, na Fiera Milano Rho, respondendo assim às solicitações do setor, nomeadamente de empresas produtoras a compradores internacionais. Uma pesquisa recente enviada às empresas concluiu que 75% dos entrevistados demonstrou interesse em participar no evento e que a participação representa, para a maioria das empresas, uma oportunidade de relançar os negócios. Num momento de grande incerteza para o nosso setor, devido à atual crise global de saúde, estamos prontos para estar ao lado da indústria. A próxima edição da MICAM, nesse sentido, assumirá um significado particular, pois será uma oportunidade importante para todos restabelecerem laços com o mercado e criarem novas oportunidades, em total segurança.

A organização está a promover alguma iniciativa para atrair expositores internacionais?
Estamos a trabalhar para alcançar o melhor resultado possível e temos muitas novidades em andamento. Também estamos a negociar e a definir um acordo comercial com um dos players mais importantes do mundo em serviços digitais, para oferecer a todos os expositores da MICAM um novo canal de vendas digitais B2B. Divulgaremos mais detalhes no final de junho.

E os visitantes? A organização planeou alguma ação especial?
Será uma edição mais básica do que o normal, mas certamente não faltará ao compromisso de apresentar ao público as melhores coleções de calçado disponíveis no mercado. Mais uma vez, reforço a ideia de que a MICAM será o palco ideal para negócios.

Num momento em que as preocupações com saúde e segurança são uma prioridade para a maioria das pessoas, que medidas estão previstas?
Estamos bem cientes de que a crise global da saúde gerou muita incerteza. Precisamente para garantir melhores condições, em termos de saúde e segurança para expositores, visitantes e staff da feira, estamos a desenvolver um protocolo de medidas para minimizar riscos e permitir que todos realizem as suas atividades com facilidade e tranquilidade. Desde a entrada dos pavilhões até aos corredores entre stands, todo o percurso deverá ser realizado de acordo com as regras de segurança. A disposição dos stands dentro dos pavilhões será diferente para atender às normas de distanciamento físico. Assim, a disposição dos pavilhões também será alterada, o que não constituiu um problema, porque felizmente no centro de exposições Fiera Milano Rho não falta espaço.

Provavelmente estão a prever uma queda de visitantes e expositores em setembro. Em termos de números, qual seria um bom indicador para a próxima edição?
Certamente haverá uma queda no número de participações em comparação com a última edição, mas, na situação atual em que estamos, a curva epidemiológica está a mudar continuamente em todo o mundo. Isto significa que, atualmente, não podemos fornecer estimativas significativas do que irá acontecer. Os altos e baixos devem, no entanto, ser contidos, por isso facilitamos a participação na feira, reduzindo significativamente a taxa de participação.
Devemos começar de novo, todos juntos. Todos os elementos que fazem parte deste evento, desde os construtores de stands até aos fornecedores de serviços, devem fazer um esforço.
Nas últimas semanas, vimos várias semanas de moda e eventos a anunciar edições online. Algumas feiras também anunciaram iniciativas digitais, unindo fabricantes e retalhistas.

A Micam também apostará nessa área?
A presença física é essencial para celebrar negócios. A título de exemplo, uma pesquisa de Harvard concluiu que uma encomenda feita pessoalmente tem 34 vezes mais hipóteses de ser aprovada do que se for solicitada remotamente. Estamos a trabalhar para implementar e aprimorar os serviços digitais e otimizar, assim, os negócios entre vendedores e compradores. Também demos passos nessa direção durante a explosão da pandemia. Dado o cumprimento das restrições impostas pelos vários decretos governamentais, que motivaram o encerramento temporário do retalho, lançámos, em colaboração com a Brandsdistribution e a BDroppy, uma plataforma digital que permite que as nossas marcas 'Made in Italy' vendam produtos diretamente em todo o mundo, otimizando ao máximo os investimentos em publicidade e marketing. Um recurso tecnológico que pode ajudar a descartar mercadorias em stock substancialmente acumulado, principalmente durante este período. Também implementámos o 'Road2Digital', uma série de reuniões online dedicadas ao tema do digital. Um programa para empresas que lidam com novos temas relacionados com a tecnologia, começando com uma abordagem estratégica para cenários de curto, médio e longo prazo e com os requisitos para implementar uma transformação digital.

Que conselho daria aos fabricantes e retalhistas de calçado, neste novo contexto da Covid-19? Na sua opinião, que elementos considera essenciais para vencer?
Não é um momento fácil, mas deveremos estar concentrados no fator que abriu o caminho para o sucesso das nossas empresas: a qualidade. Somente valorizando as nossas raízes, podemos esperar voltar ao topo em breve.


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