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Estratégias mais circulares são críticos para as empresas

Estratégias mais circulares são críticos para as empresas

27 Set, 2021

97% das empresas reconhece a importância da adoção de modelos de negócio mais circulares


A Confederação Empresarial de Portugal (CIP), em parceria com a EY-Parthenon, acaba de anunciar os resultados de um inquérito de avaliação do avanço da Economia Circular nas empresas portuguesas.
 
97% das empresas inquiridas reconhece a importância da adoção de modelos de negócio mais circulares, o que demonstra uma quase total perceção da vantagem competitiva da Economia Circular e da Circularidade para os vários negócios. No entanto, é possível identificar fortes barreiras à sua integração. “Os dados analisados apontam para a realidade de apenas 19% dos respondentes integrarem a Economia Circular nas suas decisões de modo a reduzir a sua pegada ambiental. Esta reduzida percentagem parece resultar claramente de obstáculos e barreiras que limitam a aplicação de soluções de circularidade na atividade empresarial, entre as quais se destacam a legislação e enquadramento regulamentar, bem como as questões económicas e financeiras”, diz a CIP em comunicado
 
“Com a avaliação dos dados recolhidos junto das empresas portuguesas neste inquérito, conseguimos percecionar que a Economia Circular é uma temática que começa a aparecer na ordem do dia, tanto ao nível dos negócios como do diálogo com o Governo e com outras entidades. Infelizmente, notamos que existem ainda dificuldades de implementação prática nos negócios dos vários setores, não só pela débil perceção de processos e ações comuns, como também pelo enquadramento legislativo e regulamentar que subsiste nesta área”, sublinha Sílvia Machado, Assessora Sénior da CIP para a área de Ambiente & Clima.
 
A confirmar esta avaliação, o inquérito revela que 86% das empresas refletem já o tema da Circularidade, em alguma medida, na sua atividade, mas apenas 12% afirmam que este é um elemento central na sua estratégia.  

Os resultados do inquérito confirmam uma ideia fundamental já conhecida: são as empresas de maior dimensão a apresentar maior perceção e melhores resultados no que diz respeito aos aspetos fundamentais que permitem a progressão em matéria de Economia Circular. A CIP  destaca o foco em alguns desses aspetos, nomeadamente em “Pessoas e competências”, nos “Sistemas”, nos “Processos e infraestruturas”, na “Inovação” e na “Relações com o exterior/envolvente”.

Os resultados do inquérito mostram, também, que os setores ligados aos “Minérios metálicos e não metálicos” e à “Metalurgia e metalomecânica” são os que evidenciam maior percentagem de empresas que compreendem bem o tema da circularidade e que o conseguem aplicar das mais variadas formas, seja na estratégia das próprias empresas, seja nos seus sistemas de negócio e na formação de equipas, entre outros.

O inquérito contou com a resposta de um total de 202 empresas, destacando-se a participação dos setores da “Moda” (20%), da “Metalurgia e Metalomecânica (13%)” e do “Comércio (12%)”. Refletindo as características do tecido empresarial português, os respondentes foram, maioritariamente, PMEs (77%).
 
Profissionalização transversal aos vários setores
“No que se refere à aposta em recursos humanos especializados, cerca de três quartos dos inquiridos (74%) entende que tem colaboradores com competências para adotar o conceito de Circularidade, sendo esta realidade mais visível no grupo setorial dos “Minérios metálicos e não metálicos”, no grupo dos “Produtos alimentares” e no grupo da “Gestão de resíduos”. No entanto, é ainda possível verificar uma percentagem baixa (30%) de respondentes abertos à contratação de especialistas em Economia Circular”.
 
Na que diz respeito à especialização de recursos humanos, verifica-se que as empresas que já têm este tipo de perfis, com competências em Circularidade, são aquelas que revelam maior interesse em investir na contratação de mais ativos, o que demonstra a valorização deste know-how para o favorecimento dos negócios. Esta aposta em recursos humanos especializados está mais presente nas funções de “Ambiente”, “Economia Circular ou equivalente”, “Inovação” e “Cadeia de Fornecedores”.
 
Por outro lado, apenas 7% das empresas disponibiliza, no contexto dos seus planos de formação corporativos obrigatórios, formação personalizada sobre Economia Circular, sendo que os setores mais despertos para esta necessidade são os ligados à “Floresta”, à “Gestão de Resíduos”, à “Química e petroquímica” e aos “Serviços”.
 
O inquérito concluiu, ainda, que a interação com stakeholders em matéria de Economia Circular se encontra em fase de desenvolvimento, mas é implementada em modelos muito “ad hoc”, portanto sem recurso a métodos mais avançados e elaborados.
 
O Projeto E+C (Economia Mais Circular) é um projeto da iniciativa da CIP, realizado em parceria com a EY-Parthenon, que foi lançado em fevereiro deste ano. É maior e mais completo projeto alguma vez feito em Portugal sobre Economia Circular e tem sido desenvolvido em colaboração estreita com as empresas. Durante 12 meses, além de proceder a um levantamento do estado da arte da Economia Circular em Portugal – identificando as boas práticas já adotadas e os projetos em curso –, o projeto E+C procura estimular a adoção pelas empresas portuguesas de uma metodologia de medição da Circularidade amplamente testada a nível internacional.
 
Pode consultar o Estudo, aqui.

 
*Este inquérito foi realizado no âmbito do projeto “Economia Mais Circular”, um projeto CIP pioneiro em Portugal. Os resultados apresentam uma avaliação geral da realidade do tecido empresarial nacional em matéria de Economia Circular, em particular no que respeita à integração de conceitos de circularidade na tomada de decisões estratégicas, ao grau de implementação de iniciativas e modelos de circularidade no seu funcionamento e às barreiras associadas. Eles resultados decorrem de uma consulta realizada à base associativa alargada da CIP, distribuindo-se por uma grande diversidade de geografias e setores, com relevância particular das atividades industriais.

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