Indústria italiana em queda
"Os números referentes aos primeiros 9 meses do ano revelam um setor que foi profundamente afetado pela pandemia provocada pela COVID-19. Assistimos a uma redução de cerca de 20% no volume do consumo doméstico e as vendas internacionais caíram 20,1%”. Além disso, continua o presidente da Assocalzaturifici Siro Badon “nota para uma grande redução na produção industrial (-29,4%) e uma redução média de 33,1% nas vendas das nossas empresas associadas. Em todo o setor há a registar quebras na ordem dos dois dígitos, nos principais mercados de exportação e uma queda de -18,1% na balança comercial”.
De acordo com os dados do Centro de Investigação Confindustria Moda divulgados pela Assocalzaturifici, a indústria de calçado italiana registou também uma quebra de dois dígitos no volume de negócios das empresas inquiridas no período em análise (-26,6%). Apenas 14% dos entrevistados declararam ter excedido, ou pelo menos igualado, a faturação no terceiro trimestre de 2019, enquanto mais da metade do painel relatou uma queda de -20 a -50%.
As exportações dentro da UE (cerca de 65% da quantidade total) caíram 16,5% em termos de volume e 14,5% em valor nos primeiros 9 meses de 2020. A queda nas exportações para a França ultrapassou os 20%, em quantidade e valor. A foi menos acentuada no caso da Alemanha (-14% menos pares, que entretanto seguiu uma queda de -8,4% em 2019), Holanda (-12%, representando -2,6% em valor) e Bélgica (- 13,4%).
Os destinos fora da UE caíram 19,3% em valor, com a América do Norte e registar uma quebra de 30%. No Extremo Oriente, a redução foi significativa em todos os principais mercados (China -20%, Hong Kong -35% e Japão -25% em volume ), sendo a única exceção a Coreia do Sul (aumento de 16% em valor, apesar de uma queda de -6,8% no número de pares vendidos), que ficou em sétimo lugar em termos de valor entre os destinos das exportações de calçado italianos. A China apresentou um certo dinamismo no terceiro trimestre (+ 16,8% em valor).
Para o presidente da associação italiana de calçado, os primeiros sinais de retorno à 'normalidade', tanto no mercado internacional como mercados internos fizeram-se sentir em setembro, mas foram rapidamente aniquilados pela segunda vaga da pandemia. Aliás, em setembro de 2020, as exportações e os gastos das famílias italianas atingiram os mesmos valores do que em 2019.
“A segunda vaga trouxe uma redução no numero de empresas ativas (-101 nos primeiros 9 meses) e uma redução de 2.600 empregos em 2020. Se nesta equação forem considerados os fabricantes de componentes, o saldo é ainda mais negativo: -231 empresas e -3453 empregados”, diz Siro Bado em comunicado.
Consumo interno
Em detalhe, o consumo no mercado interno nos primeiros 9 meses do ano revelou uma queda de 23% nas despesas das famílias italianas. Destaque para a compra de calçado para uso doméstico durante os meses de bloqueio, que são de menor valor (além do menor número de cerimônias e ocasiões para calçar sapatos novos)
De acordo com o Fashion Consumer Panel for Assocalzaturifici, os segmentos de mercado mais afetados foram: o calçados “clássico” para homem e senhora (com queda de cerca de -30%), enquanto a queda nas vendas de calçado infantil e calçado desportivos estava entre -15 e -20%.