Serão criados 300 novos postos de trabalho
Com um orçamento que ronda os 50 milhões de euros, o projeto FAIST enquadra-se no PRR (Programa de Recuperação e Resiliência), engloba mais de quatro dezenas de parcerias com competências multidisciplinares incluindo universidades, empresas e instituições do sistema científico e tecnológico, e pretende, de acordo com Florbela Silva, “aumentar o grau de especialização da indústria portuguesa de calçado para novas tipologias de produto” e potenciar “a capacidade de oferta das empresas portuguesas de calçado através do reforço da capacidade de fabricar médias e grandes encomendas, utilizando processos de montagem mais eficientes”.
Para a diretora da unidade de Inovação e Fabrico Digital do CTCP, O FAIST “foi criado como resposta às necessidades do setor do calçado e marroquinaria, com um foco na preparação deste setor para os desafios futuros, apostando de forma decisiva nas tecnologias digitais e na sustentabilidade dos processos e produtos, visando uma maior eficiência e rentabilidade, resposta rápida ao mercado, melhoria das condições de trabalho e diferenciação do produto”. Acresce que importa “alargar o leque de especialização da indústria do setor com novas tipologias de produto baseados no conhecimento, aumentar a capacidade de oferta das empresas e inserção de Recursos Humanos (RH) qualificados”. O conhecimento, em particular, “será a nova base de recrutamento, contribuindo para a igualdade de género e de oportunidades, o reforço da coesão social nas zonas de implantação da indústria, com impacto no emprego, na fixação do emprego qualificado, nas exportações e no desenvolvimento regional mais sustentável; aumento da visibilidade e notoriedade do cluster do calçado que poderá ambicionar alargar a sua intervenção na cadeia de abastecimentos mundial”. Adicionalmente, importa “aumentar a produção nacional de bens de equipamentos e tecnologias avançadas, apostar no fabrico de produto sustentáveis e criação de linhas de produção automáticas”.
Para Florbela Silva importa com o FAIST “a reindustrialização e uso de processos de elevada produtividade que permitam às empresas fabricar pequenas, médias e grandes encomendas a preços competitivos, conseguindo entrar nas grandes cadeias de distribuição, que no passado se abasteciam em mercados mais baratos, como a Ásia”.