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Fileira da moda espanhola une-se em torno de plano de 12 mil milhões de euros

Fileira da moda espanhola une-se em torno de plano de 12 mil milhões de euros

20 Abr, 2021

Plano prevê investimentos entre os 11 mil e os 12 mil milhões de euros


Por José Sousa

Pela primeira vez na história, todos os elos da cadeia de valor da moda espanhola uniram-se com um objetivo comum: criarem um plano elegível para concorrerem aos fundos europeus para a recuperação da economia após Covid-19, consignados no ‘New Generation’ e que a Comissão Europeia está a fazer chegar aos 27. A Federação Espanhola da Indústria de Calçado (FICE), o Conselho Intertextil da Espanha (CIE) e a Confederação Espanhola da Moda lideram um movimento onde estão também as PME de toda a fileira mas também as grandes empresas – como a Inditex, a Tendam ou a El Corte Inglés – num total de mais de 400 unidades industriais, comerciais e de serviços.

O plano foi concluído pela consultora Deloitte, que demorou cerca de dois meses a borilar um plano que prevê investimentos entre os 11 mil e os 12 mil milhões de euros, que terá ainda de ser aprovado pelo governo espanhol – e por Bruxelas – antes de ser ativado.

Esta associação ‘informal’ – que consegue a adição de sectores que normalmente funcional em regime individual – permitiu a criação de um plano que junta cerca de 2,8% do PIB do país, 4% do mercado de trabalho e 8,9% do total das exportações. Os primeiros passos do plano foram dados quando, como resposta à crise da pandemia, as associações sectoriais se juntaram para darem a conhecer ao Ministério da Transição Ecológica a sua vontade de conceberem um plano de ação conjunto.

O plano prevê a sua própria monitorização através de um observatório que agregará os setores do calçado, têxtil e moda – essencial para ‘convencer’ o governo a aceitar inscrevê-lo como Projeto Estratégico de Recuperação e Transformação Económica (PERTE).

Como seria de esperar – até pelas imposições da Comissão Europeia em relação ao ‘New Generation’, a sustentabilidade terá um papel fundamental no plano de transformação da fileira. O plano está por isso antecipadamente alinhado com a Estratégia para os Produtos Têxteis Sustentáveis (um plano em preparação pela Comissão), dele constando a proibição da destruição de excedentes, a reutilização, a promoção de um polo de reciclagem nacional, a circularidade, o uso de materiais ecológicos ou a pegada neutra em termos energéticos.

Como não podia deixar de ser, o plano toca também a área digital (outro normativo imposto pela Comissão), prevendo uma verdadeira mudança do modelo de produção da cadeia de valor.

As previsões indicam que o grosso dos investimentos terá sido realizado num período de seis a sete anos, o mesmo período em que serão desembolsados os fundos da União Europeia. O PERTE será o veículo através do qual o governo espanhol irá gerir parte do dinheiro dos fundos europeus de combate à crise sanitária que fazem parte do Plano de Recuperação, Transformação e Resiliência que, no caso da Espanha, está dotado com cerca de 140 mil milhões de euros sob a forma de transferências e empréstimos.

Segundo o governo, os PERTE serão considerados “projetos de carácter estratégico com grande capacidade de alavancagem do crescimento económico, emprego a competitividade da economia espanhola”. Esses projetos terão tratamento preferencial em termos de financiamento e e deverão mobilizar a colaboração público-privada. O Conselho de Ministros é o órgão encarregado de identificar os PERTE – e para já identificou seis (possíveis): produção sustentável e conetividade na indústria automóvel; geração de energia com recurso ao hidrogénio verde; indústria aeroespacial; agricultura sustentável e eficiente; uso do espanhol no campo da inteligência artificial; e desenvolvimento de um sistema nacional de saúde de última geração. Os recursos da União Europeia representarão cerca de 30% do investimento total de todos os projetos.

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