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Geração 4.0: Alexandre Pimenta, Solpré

Geração 4.0: Alexandre Pimenta, Solpré

27 Mar, 2023

Conheça Alexandre Pimenta, Solpré


Licenciado em Economia e com mestrado em Controlo de Gestão pela Católica Porto Business School, Alexandre Pimenta é a segunda geração à frente dos destinos da Solpré. Há 9 anos a trabalhar na empresa, garante que a sustentabilidade é a palavra do futuro e deverá estar alocada em três pilares: eficiência do processo produtivo, matérias-primas e responsabilidade social.

Criada na década de 80, mais precisamente em 1988, a Solpré é especializada na produção de componentes para calçado, nomeadamente na produção e comercialização de solas.

Trabalhar na empresa foi uma escolha prioritária?
Quando acabei a licenciatura surgiram oportunidades em duas empresas das Big Four. No entanto, o meu mindset não alterou, e queria aproveitar ao máximo os inputs que o meu pai (José Pimenta) me podia dar e criar boas sinergias na forma como podíamos delinear a nossa estratégia organizacional, conjugando a experiência dele com o meu conhecimento académico.
De qualquer forma, desde uma fase muito embrionária, sempre foi minha intenção assegurar a sucessão da Solpré, sendo que é um negócio familiar, agora na 2ª geração, e que me enche de orgulho ter a oportunidade de reforçar o nosso posicionamento na escala global. E claro, sendo que o meu pai é um dos meus grandes exemplos de vida, o facto de lhe poder demonstrar que tenho as competências necessárias para poder estar ao lado dele profissionalmente, é uma vitória diária. Os valores e os princípios da empresa continuam alinhados entre ambos e é nessa base que qualquer tomada de decisão deverá assentar.
 
O que mais o fascina no setor?
Para começar, é sempre importante referir a vertente económica: o facto de ser um dos setores que mais contribui para a balança comercial em Portugal, e além disso ser o único na Europa com superávit. Isso, por si só, transmite logo a diferenciação desta Indústria em Portugal.

De uma perspetiva mais operacional, a variedade de contextos e a volatilidade dos mercados alocados à moda, em geral, obriga-nos a estar sempre em total adaptação, o que torna o trabalho neste setor mais desafiante, com a necessidade de procura ativa de vantagens competitivas que vá de encontro aos constantes aumentos dos padrões de qualidade e exigência do cliente atual. É obrigatório assegurar sempre uma estrutura com algum grau de flexibilidade, para que possamos acompanhar as tendências, e continuarmos numa posição em que os produtos de valor acrescentado são a verdadeira core competence do Made in Portugal.
 
De que forma a Solpré tem trabalhado a questão da sustentabilidade?
Nos dias de hoje, acho que é imperativo ter uma postura proativa na procura de práticas sustentáveis, seja diretamente na eficiência do processo produtivo, nas matérias-primas ou na responsabilidade social que é parte integrante dos princípios internos da Solpré que estão alocados aos 3P’s: People, Profit e Planet.

Trata-se de um dever e uma responsabilidade que é pulverizada sobre toda a sociedade. É verdade que todo este processo foi alavancado maioritariamente pela procura do cliente, mas cada vez mais vemos que o setor tem aumentado a variedade da oferta dessas soluções. No caso específico da Solpré, contamos com certificações ambientais e sociais relacionadas ao âmbito organizacional e diretamente ao produto, ISO14001, FSC e estamos de momento a preparar a certificação RCS. Além disso, temos a capacidade máxima instalada proveniente de painéis fotovoltaicos e avaliamos constantemente a nossa cadeia de abastecimento para garantir que os requisitos mínimos exigidos estão em congruência com a nossa estratégia ambiental. Fruto deste trabalho, em paralelismo com as restantes valências das empresas, hoje podemos afirmar que estamos na liderança da Europa entre os players da indústria das solas pré-fabricadas.

 
O que é que acha que esta nova geração que está a entrar para o setor tem para oferecer?
Acho que o background académico da nova geração é um dos principais fatores de disrupção das metodologias de gestão mais arcaicas, que se tornam menos ortodoxas para o contexto atual. A eficiência e assertividade nos follow ups com todos os stakeholders, a evolução constante na digitalização dos processos, associado à temática da Indústria 4.0 é uma das principais mais-valias da nova geração, que ainda têm de ultrapassar alguma aversão comportamental por parte de gerações anteriores. O conceito de integração e automação já era conhecido, mas hoje temos a possibilidade de monitorizar os processos e ter um overview muito mais detalhado do estado atual da empresa, podendo tomar ações corretivas com bastante eficácia, em qualquer centro de trabalho.

Por fim, acho que as soft-skills que as novas gerações estão dotadas, proporcionam uma melhoria na vertente relacional com as partes interessadas, que sendo mais trabalhada, faz com que consigamos reagir melhor a qualquer adversidade, e melhorar o nível de fidelização.
 
 
Que conselho daria a um jovem que está a começar?
Acho que neste setor a palavra-chave é consistência. Acima de tudo é essencial considerarem que cada dia nesta indústria, é um dia de aprendizagem. Nunca podem descorar o conhecimento que poderão absorver das pessoas que estão em todos os níveis hierárquicos de qualquer empresa. O know-how de todos eles é que tornou este setor numa referência europeia, e por muito preparados que possam estar, é essencial, sempre, saberem ouvir! Nunca parem de querer aprender, mas não tenham medo de arriscar e coloquem sempre o vosso ponto de vista em causa. Esta partilha é o principal fator de crescimento!



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