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Geração 4.0: Carlos e Sérgio Oliveira

Geração 4.0: Carlos e Sérgio Oliveira

26 Jan, 2023

Conheça Carlos e Sérgio Oliveira, SIMACA


Carlos Oliveira e Sérgio Oliveira são irmãos, jovens e a nova geração à frente dos destinos da SIMACA, uma empresa de curtumes de S. João da Madeira. Carlos, licenciado em Economia e com uma pós-graduação em Economia Internacional, trabalha na empresa da família há 10 anos. Sérgio foi aluno de Gestão frequentou o Mestrado em Gestão de Marcas e Comunicação na Copenhagen Business School e, depois de 7 anos na Dinamarca, voltou a Portugal para abraçar o negócio familiar, onde trabalha há dois anos.
 
Trabalhar na empresa foi uma escolha prioritária? Porquê?
Carlos: A Simaca, tendo nascido em 1984, sempre fez parte da minha vida, uma vez que cresci tendo a empresa muito presente. Contudo, embora a minha formação académica estivesse ligada com a Simaca, procurei outras realidades para abrir horizontes, não sendo a entrada na empresa prioritária. Estive 6 anos ligado ao sector bancário empresarial, o que me possibilitou aprender bastante sobre diversos sectores da nossa economia. Em 2012 surgiu a possibilidade de apoiar a Simaca na sua remodelação e estruturar o negócio de forma a fazer face aos desafios que antevíamos. A partir daí a dedicação tem sido total.

Sérgio: Talvez por ser o filho mais novo, nunca dei prioridade à entrada no negócio de família. Na verdade, até era algo que considerava um pouco remoto, daí ter passado 7 anos na Dinamarca, onde trabalhei 4 anos na área comercial de uma start-up de Tecnologias Imersivas. Durante o período de Covid, decidi regressar para Portugal para poder estar mais próximo da família e ver os meus sobrinhos a crescer. Ao regressar, o meu pai apresentou-me o projecto de internacionalização da SIMACA e, como também já tinha trabalhado na área comercial, achei que poderia trazer mais valias à empresa e ao mesmo tempo que teria um desafio interessante.

Quais são os maiores desafios que o setor dos curtumes ‘enfrenta’?
Carlos: No que diz respeito ao nosso sector, a verdade é que muito se tem feito de forma a tornar a indústria mais limpa, sustentável e dinâmica. Um grande desafio é fazer chegar esta mensagem ao consumidor final. Na sociedade de hoje, onde o foco ambiental é um dos factores relevantes, não se percepciona que a pele é um produto reciclado (da indústria alimentar) com uma durabilidade muito superiora a outros compostos sintéticos. Admito que os novos produtos substitutos da pele são mais eficazes na sua comunicação, mesmo que não tenham a mesma performance, e sejam produzidos maioritariamente com derivados de petróleo.

Concorreram recentemente ao projeto do CTCP Metal Shoe. Em que se baseou a vossa proposta?
Sérgio: Participamos com o nosso projeto de peles customizáveis. Tentamos perceber junto do CTCP quais das nossas peles tinham o potencial de serem customizadas, então realizamos três estudos: gravação a laser, impressão digital (UV), e impressão 3D de filamento de TPU. Com o nosso projeto conseguimos perceber as limitações de certas peles e quais é que seriam as mais adequadas para os diferentes efeitos. Isto permitiu-nos lançar para o mercado uma pele especialmente desenvolvida para impressões digitais UV que também é lavável a 30ºC. Isto é ideal para calçado hospitalar, em que o normal é que os profissionais de saúde, por motivos de higiene, queiram colocar a roupa do trabalho a lavar mal cheguem a casa do trabalho. Assim, esta pele permite que estes profissionais possam continuar a usar um material nobre e confortável nos seus pés, enquanto se sentem seguros.

O que é que acham que esta nova geração que está a entrar para o setor tem para oferecer?
Carlos: A indústria está em constante mutação. O dinamismo e a rapidez são preponderantes para o sucesso. Esta nova geração é perspicaz e consegue adaptar-se muito rapidamente aos novos cenários de mercado.

Sérgio: Duas coisas: uma visão fresca do negócio, e um domínio de novas ferramentas que permitirão alavancar uma mudança mais rápida e expansiva de processos e de mercados.
Esta nova geração de profissionais cresceu num mundo globalizado, com ferramentas que as gerações anteriores não dominavam. As inúmeras plataformas online que existem e diferentes modelos de negócio podem servir em larga escala para se alterarem processos internos e abrir horizontes para novos mercados de uma maneira mais simples e rápida.

Que conselho dariam a um jovem que está a começar?
Sérgio: Ter uma mente aberta e espírito crítico. O facto de novos profissionais estarem e entrar num sector que já tem profissionais com imensa experiência pode gerar algum tipo de conflitos geracionais.
Uma pessoa que entre no mercado e já tenha o espírito aberto para aprender com as gerações anteriores é bastante importante. Com isto não quero dizer que só as gerações anteriores é que sabem fazer, e aí entra o espírito crítico, que ajudará a saber distinguir o que reter e o que mudar.

Carlos: Concordando um pouco com o meu irmão, mas sendo um pouco mais maduro, acrescentava o saber ouvir. Embora as mudanças no setor do calçado sejam enormes e repentinas, ainda há muito que as gerações mais velhas podem contribuir e nos ensinar se estivermos disponíveis para aprender.


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