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Geração 4.0: Conheça Pedro Pereira

Geração 4.0: Conheça Pedro Pereira

30 Nov, 2021

Pedro Pereira, Reve de Flo


Tem uma ligação umbilical à indústria de calçado. Estudou Gestão, fez um mestrado em Finanças Empresariais na Universidade de Aveiro, onde estudou a fundo a indústria e os seus objetivos estratégicos.

Conheça Pedro Pereira, a segunda geração da empresa Reve de Flo.

Há quantos anos trabalha na empresa?
Fez agora no início de novembro precisamente 5 anos desde que estou na empresa a tempo inteiro. No entanto, se quisermos considerar os típicos trabalhos de Verão a ajudar na empresa, podemos dizer que estes 5 anos se transformam facilmente em 12 ou 13 anos.

Trabalhar na empresa foi uma escolha prioritária?
Não posso considerar que tenha sido uma escolha assim tão prioritária ou “fácil”. Por um lado, como a grande maioria dos estudantes de Gestão, o meu plano original passaria por ingressar numa multinacional e, felizmente, acabei por ter essa experiência no estágio curricular do mestrado e tive um convite para integrar os quadros da empresa (o qual recusei pelos “sapatos”). Por outro lado, tendo crescido no mundo dos sapatos e sendo filho único sempre senti um pouco a obrigação e a motivação para, além de ajudar o meu pai, me empenhar em algo “meu” e onde podia tomar decisões e aplicar a minha visão para o crescimento da empresa.

O que mais o fascina no setor de calçado?
O que mais me fascina (e também me dá mais dores de cabeça) no setor de calçado são os constantes desafios diários a que somos sujeitos, fruto de sermos uma indústria que está dependente de inúmeros componentes diferentes. Esta dependência, conjugada com a atual exigência dos nossos clientes e do consumidor em geral - que quer tudo com o menor prazo de entrega possível - mantendo uma excelente qualidade do produto, faz com que tenhamos de ter um planeamento interno (tanto a nível de produção como de amostras) quase perfeito, de forma a não falharmos com os nossos compromissos.

Defendeu uma tese de mestrado sobre a indústria, nomeadamente sobre o enquadramento do pensamento estratégico das empresas nos objetivos do FOOTURE. A que conclusões chegou?

Apesar de não ter conseguido uma amostra de empresas muito grande, fruto da dificuldade em obter respostas, foi possível retirar algumas conclusões sobre alinhamento do pensamento estratégico das empresas quando comparado com o FOOTURE (Plano Estratégico da APICCAPS para o setor).

Por um lado, foi possível perceber que em pontos como a importância do design do produto, da aposta em maquinaria moderna, da melhoria da imagem interna da empresa (nomeadamente dos showrooms) ou da participação em feiras internacionais, a grande maioria das empresas tinha um pensamento que ia de encontro aos eixos definidos pela APICCAPS e valorizava bastante os mesmos.

Por outro lado, e para mencionar apenas dois tópicos mais “globais”, foi possível concluir que duas das principais falhas das empresas estavam relacionadas com a não realização de um planeamento estratégico a médio/longo prazo (tendo a plena noção dos altos e baixos deste setor) e de um plano de comunicação onde fosse definida a melhor forma de mostrar os seus produtos aos clientes.

Ainda assim, julgo que no que diz respeito às falhas acima mencionadas há cada vez mais uma consciencialização dos empresários do setor para a sua importância, sendo que em diversos casos a exigência dos clientes obriga a que as empresas cresçam nesse sentido.  

O que é que achas que esta nova geração que está a entrar para o setor tem para oferecer?
Acho que podemos oferecer sobretudo uma maior flexibilidade, organização e um serviço mais próximo do cliente, muito fruto de sermos uma geração que cresceu no meio de um “boom” tecnológico, que nos permite utilizar a tecnologia para gerir diversas atividades ou processos que anteriormente eram mais morosos. Além disso, para a minha geração é impensável demorarmos vários dias a responder a um email ou a uma simples mensagem no WhatsApp, o que faz com que a comunicação com o cliente flua de uma forma mais natural, criando uma maior relação de proximidade. Obviamente que no início temos falhas, no que diz respeito a um conhecimento mais técnico a nível produtivo, mas, como em qualquer profissão ou atividade, temos de fazer por aprender e evoluir ao maior ritmo possível.  

Que conselho daria a um jovem que está a começar?
Diria para se preparar para entrar numa montanha-russa, onde é possível um dia aparentemente calmo tornar-se numa noitada de trabalho porque, por exemplo, sem contar, um cliente decidiu colocar um pedido de amostras urgente ou houve um problema no planeamento semanal e é preciso arranjar uma solução. Se a esta vontade de entrar numa montanha-russa juntar uma boa dose de paciência… está preparado para entrar nesta “luta” que é o setor do calçado.


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