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Geração 4.0: Conheça Teresa Bettencourt

Geração 4.0: Conheça Teresa Bettencourt

12 Jan, 2022

Teresa Bettencourt, fundadora da Manjerica


É Licenciada em Design de Moda, pela Universidade de Arquitetura de Lisboa. As memórias da vida nos Açores serviram de inspiração e, em 2012, criou a Manjerica. A marca de malas intemporais tem como característica o design consciente, a escolha criteriosa das matérias-primas e a ligação com a produção tradicional.

Conheça Teresa Bettencourt, fundadora da Manjerica.

Como nasceu a Manjerica?
Sempre senti um grande interesse por malas e acessórios de moda. São um veículo de expressão um pouco diferente do vestuário, porque para além de serem também funcionais, acrescentam equilíbrio e acentuam personalidade. Têm o poder de enaltecer a mensagem que quem usa quer passar, para além de criarem uma relação muito próxima com o cliente, por terem uma função tão importante. Em 2012, depois de ter terminado um estágio no atelier da designer Alexandra Moura e de ter participado numa coleção de malas, fiquei ainda mais apaixonada e decidi que seria esse o meu caminho. Desta forma, nasceu este projeto juntamente com o meu marido, Carlos Elavai, que auxilia no desenvolvimento estratégico da marca.

Quais os elementos diferenciadores da marca?
A Manjerica destaca-se pelo seu design único, qualidade, valores e história.
A inspiração tem como base as memórias vividas nos Açores, a sua Natureza intensa e o ambiente insular contrastante com o mundo moderno. Estas caracterísiticas surgem na utilização das cores fortes e seus constrastes, nas formas orgânicas e ondulantes, na fivela forrada a pele, nas histórias por trás de cada mala e qual o seu mote. Queremos criar uma conexão com os nossos clientes para que possam sentir o mesmo que nós, partilhando as nossas memórias mais bonitas e experiências de uma forma artística.

A qualidade é também muito importante, pois queremos que os nossos produtos perdurem e se possam manter por gerações, continuando o legado do design e produção portuguesas no futuro.

Sempre pretendemos criar algo que pudesse desenvolver a indústria da moda em Portugal e por isso, desde o início que fazemos questão de produzir em solo nacional. Para nós é imperativo que as condições de trabalho dos nossos parceiros sejam adequadas e que possamos apoiar a produção local, tornando a marca ainda mais sustentável. No fundo, a Manjerica oferece uma experiência única com um design particular, uma história genuína, padrões altos de qualidade e uma relação próxima com o cliente.

O que mais a fascina no setor da marroquinaria?
Algo que me fascina é o facto de podermos combinar o know-how da tradição com novas técnicas e design. Ao juntarmos gerações diferentes, que adoram pensar e trabalhar o couro e partilham a mesma paixão, o resultado é muito gratificante. Para além de podermos aprender e apreciar a habilidade manual e técnicas antigas, perduramos o conhecimento e mostramos uma nova visão de design, essa partilha e sinergia com gerações diferentes enriquece o nosso sector e enobrece a razão pela qual trabalhamos na marroquinaria. A tradição ainda é muito importante, penso ser um asset que Portugal deveria manter, sempre aliado a novas formas de ver este setor.

O que é que acha que esta nova geração que está a entrar para o setor tem para oferecer?
Existe uma nova energia e visão para o futuro que está presente nesta nova geração. Por um lado, estão muito mais desenvolvidos a nível de design e branding, como por outro mais atentos e informados sobre todas as questões sociais e de sustentabilidade. Podendo ter a oportunidade de explorar novos territórios e serem apoiados pela indústria da marroquinaria portuguesa, acredito que trarão muito valor a Portugal.

Que conselho daria a um jovem que está a começar?
Persistência, Visão Global e Voz Genuína. Para quem começa um novo projeto, é normal surgirem dificuldades e desafios. Pode-se tornar frustrante não obter logo os resultados esperados, que muitas vezes são afetados por fatores externos, fora do nosso controlo. Numa altura tão difícil como esta, em que ainda estamos a ser afetados pela Pandemia COVID-19, precisamos ser ainda mais resilientes e principalmente apaixonarmo-nos pelo processo.

Vivendo num mundo global, é importante os jovens aprenderem quais as tendências socioeconómicas mais relevantes, quais as estratégias de marketing a implementar e a sua constante atualização (especialmente digital), entender e compreender a fundo o seu público e desta forma, poder estar a um nível competitivo expressivo. Estudar e manter-se informado e atualizado é um princípio muito positivo.

Também é importante encontrar o fator diferenciador da marca. Com tantas novas marcas a surgirem no mundo diariamente, como vamos tornar a nossa marca especial? Porque é que o meu produto é mais interessante do que outro? Como é que aquilo que transmito e comunico é mais apelativo? Como é que irei criar uma relação com o meu cliente? Criar um conceito único pode parecer por vezes difícil, porque não basta apenas o produto, o conceito tem de ser transversal a toda a marca e acima de tudo, ser genuíno. Tentar perceber o que se quer dizer ao mundo, quais as nossas raízes, quais os nossos maiores talentos, para onde pende a nossa criatividade, são tudo questões importantes na hora de criar um novo projeto. Para além do cliente se ligar muito mais à marca e ao produto, é a única forma de se produzir algo novo e diferenciador, que possa realmente contribuir para o mundo.

No fundo, aconselho os jovens a questionarem-se sobre o porquê das suas decisões, o que é que querem dizer ao mundo, agarrarem essa energia e motivação, terem a confiança e humildade para avançar e a não se esquecerem que, deixando um legado para trás, que seja sempre algo que se orgulhem muito!
 


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