Conheça Eliana Barros da Ownever
Como surgiu a ideia de criar a Ownever?
Bastante tempo antes de criar a Ownever, brincava com a ideia de criar algo do género. Sabia que queria criar um produto de alta qualidade, sustentável, que enaltecesse o design intemporal e o savoir-faire português. Os acessórios, mais especificamente as malas, são perfeitos como ícones de design intemporal, que se criados com uma qualidade excecional podem ter real impacto na imagem e legado de alguém. A ideia de desenhar peças que durassem uma vida e que fossem passíveis de serem passadas de geração em geração, com intemporalidade, foi o que me motivou a avançar neste caminho.
Como definiria a marca e como se distingue no mercado?
A Ownever representa uma fusão única entre luxo, sustentabilidade e a valorização do saber fazer português. Desde o dia em que a ideia da Ownever se começou a formar, que eu quis que a marca fosse uma referência não só de qualidade, mas também de sustentabilidade e que adicionalmente tivesse um significado emocional. Não quero que as peças da Ownever sejam descartadas como o fast fashion faz atualmente, por isso o serviço de restauro que disponibilizamos, não só às nossas malas, como a malas de outras marcas é aquilo que sinto que verdadeiramente nos diferencia. É aqui que fazemos a verdadeira diferença na área da sustentabilidade, porque conseguimos restaurar peças que estavam encostadas a um canto do armário e que o provável fim delas seria serem descartadas.
Quais têm sido os maiores desafios até agora?
Iniciar uma marca nova é sempre um desafio gigante, e eu já sabia disso quando decidi enveredar por este caminho, pois já o tinha experienciado de alguma forma anteriormente. Mas sinto que lidar com a cadeia de fornecedores é um grande desafio. Em Portugal toda a cadeia de fornecedores está construída para lidar com grandes quantidades, dando pouca oportunidade a novas marcas. Isto é bastante complicado quando ainda não somos assim tão grandes para conseguir ter uma posição de negociação, ou sequer de entrada em alguns fornecedores. Ficamos muitas vezes numa posição bastante ingrata entre os nossos clientes e os nossos fornecedores e esse equilíbrio é o que eu sinto que tem sido o maior desafio.
No entanto, eu acredito que os desafios são extremamente motivadores para a criatividade e que, no final, o saldo é positivo. Isto porque esta dificuldade dá-nos oportunidade de chegar até pessoas maravilhosas, cheias de talento, com verdadeira vontade de ajudar um pequeno negócio a crescer e abraçar a oportunidade de crescer com ele.
Que conselho daria a um jovem que está a começar?
Eu acredito que a resiliência e a capacidade de nos adaptarmos às situações é muito importante quando estamos a começar. Nem tudo vai correr conforme projetamos e transformar as adversidades em oportunidades de crescimento é um grande poder. Sinto que muitas vezes não percorremos o caminho que idealizamos, mas que se soubermos aproveitar as oportunidades, o resultado torna-se muito melhor do que o que alguma vez imaginamos.