Mais quinze dias de Estado de Emergência
O Governo anunciou ontem o prolongamento das medidas de confinamento em Portugal. Em termos práticos, tudo se mantém igual, e António Costa admite que o cenário se deverá manter durante o mês de março.
No final da reunião de Conselho de Ministros de ontem, o Primeiro-Ministro anunciou que “o Governo decidiu manter, no essencial, em vigor o decreto aprovado há 15 dias e prolongar ao longo deste mês as medidas anteriormente adotadas”. , no final do Conselho de Ministros realizado após a renovação do estado de emergência pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. “Com autorização da Assembleia da República, Sua Excelência, o Presidente da República acaba de renovar o estado de emergência a partir das 0h00 do próximo dia 15”.
Mas, o chefe de Governo garantiu que, desta vez, “a tarefa do Governo é bastante simples e pode traduzir-se em três curtas mensagens”.
1 – Confinamento tem produzido resultados.
“A primeira, é que, graças ao esforço cívico dos portugueses, o confinamento que temos em curso, está a produzir resultados. Nas últimas duas semanas, não só travámos o crescimento de novos casos, como diminuímos acentuadamente o ritmo de crescimento de novos casos”, disse
“Este decréscimo de novos casos, nestas duas semanas, tem-se traduzido também numa redução significativa do risco de transmissão que está neste momento em 0,77, que é o mais baixo que o País já teve desde o início da pandemia, e que é muito visível na redução efetiva de novos casos diários, que depois de um fortíssimo crescimento durante o mês de janeiro, tem vindo a ter uma quada muito significativas”.
2 - Situação continua extremamente grave
No entanto, António Costa salientou que “a situação continua a ser extremamente grave. Como se recordam, temos diferenciado, de acordo com a tabela do Centro Europeu de Controlo de Doenças, o nível de risco em função do número de casos a 100 mil habitante por 14 dias. Acima de 960, é considerado extremamente grave. Estamos numa trajetória descendente, mas estamos ainda num nível superior a 960 casos”.
“A gravidade da situação dos novos casos traduz-se também num elevadíssimo número de pessoas internadas, felizmente em número menor do que há 15 dias, mas, ainda assim, extremamente elevado e a exigir um enorme esforço a todos os profissionais de saúde do País. Este elevado número de internados também se traduz num elevadíssimo número de internados em unidades de cuidados intensivo”, disse.
«Mas estando nós neste nível de internamento em cuidados intensivos, não podemos deixar de continuar a considerar a situação de extremamente grave”.
3 - Manter o confinamento
Nesse sentido, o Primeiro-Ministro sublinhou que “sendo a situação extremamente grave, a terceira mensagem também é simples: temos de manter o atual nível de confinamento, seguramente para os próximos 15 dias, e devemos assumir realisticamente que teremos de o manter ainda durante o mês de março”.
“Não é o momento para começar a discutir desconfinamentos totais ou parciais; é momento para continuarmos, com toda a determinação, a fazer o que temos feito nas últimas semanas, porque só assim poderemos trazer o conjunto do País para um nível de segurança que nos dê conforto a todos na gestão da pandemia”, afirmou.
“Apelo, por isso, a todos para que – do mesmo modo que devemos congratular-nos com o facto de as medidas adotadas estarem a produzir bons resultados – ninguém tome esses bons resultados como sendo suficientes para aligeirar as medidas adotadas”, disse António Costa. “Temos de manter este esforço, porque temos mesmo de conseguir reduzir o número de novos casos, o número de internados, e de internados nos cuidados intensivos e, sobretudo, salvar vidas diminuindo o número de óbitos diários”.