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Indústria de calçado anima em 2020?

Indústria de calçado anima em 2020?

14 Fev, 2020

No primeiro semestre de 2019, o comércio internacional de calçado apresentou padrões divergentes em todo o mundo.


A indústria do calçado tem vindo a enfrentar desafios variados no contexto dos negócios. O desempenho recente da economia foi dececionante. Segundo o FMI, o crescimento, em 2019, foi o mais baixo desde a crise de 2008. O crescimento na União Europeia, por exemplo, foi, particularmente, baixo (1.5%), ao qual acresce um desempenho modesto da economia norte-americana e em mercados emergentes em todo o mundo.  Mas será que o pior já passou?

Apesar dos sinais de algum alívio no conflito comercial entre os EUA e a China, as perspetivas para 2020 mantêm-se, altamente, incertas. Ainda assim, no inquérito online conduzido pela APICCAPS em dezembro para o World Footwear, e que obteve 183 respostas válidas, 48% vindas da Europa, 21% da Ásia, 20% da América do Norte e o restante dos outros continentes, “os entrevistados estão otimistas em relação aos negócios do calçado e esperam que as quantidades e os preços aumentem nos próximos seis meses”. Adicionalmente, “o calçado de desporto vai continuar a ganhar quota de mercado aos sapatos clássicos”. Já “as lojas físicas estão a ser, rapidamente, substituídas pelos canais online”.

No primeiro semestre de 2019, o comércio internacional de calçado apresentou padrões divergentes em todo o mundo. As importações para os maiores mercados europeus (Alemanha, França, Itália, Inglaterra, Bélgica) diminuíram, entre 2% e 6%, e 2.8% na União Europeia como um todo. Mas, as importações no maior mercado do mundo, os EUA, aumentaram 4%, assim como as importações para o Canadá e para o Japão. O mercado russo cresceu, fortemente, no primeiro semestre, enquanto que o argentino sofreu uma queda abrupta.

Preços
Os entrevistados que esperam que os preços do calçado aumentem, no seu mercado doméstico, nos próximos seis meses, superam, em 15.3 pontos percentuais, os que esperam o contrário, sugerindo, assim, que os preços possam aumentar. Ainda assim, a resposta mais comum (58% dos entrevistados) é que os preços estabilizem durante o primeiro semestre de 2020.
Metade dos entrevistados consideram que o preço e as tendências de moda são os fatores mais relevantes em determinar a evolução das vendas em cada categoria de calçado.

Principais dificuldades
De entre as dificuldades e limitações que os entrevistados esperam que a indústria do calçado vá enfrentar nos próximos seis meses, a concorrência nos mercados internacionais é a mais frequente (39% dos entrevistados), seguido do custo dos das matérias (34%), da concorrência no mercado doméstico (31%) ou das dificuldades relacionadas com a contratação de recursos humanos (29%).

A concorrência nos mercados internacionais é a maior preocupação dos entrevistados na Europa (48%), enquanto que o custo das mercadorias e das matérias primas é a maior inquietação em África (82%) e na Ásia (53%), e uma das maiores preocupações assim como na América do Norte. Os entrevistados norte americanos também estão muito preocupados com as barreiras legais e administrativas ao comércio internacional (28%).

Tipos de calçado
No geral, a maioria dos 183 inquiridos internacionais, sugerem que o calçado desportivo possa aumentar a quota de mercado nos próximos três anos (71% das respostas entre os fabricantes e 60% entre os comerciantes), enquanto que o calçado de couro possa perder peso relativo. Porém, importa realçar, que esta tendência é mais marcante para os entrevistados da Ásia e da América do Sul (80% das respostas) do que para os profissionais do setor na Europa e na América do Norte (60% das respostas).    

A Importância da sustentabilidade
À luz do atual debate sobre a sustentabilidade, este questionário do World Footwear incluiu uma pergunta para avaliar a visão dos entrevistados sobre a preferência dos consumidores por produtos com baixo impacto ambiental. Estas são as conclusões: “56% dos entrevistados acredita que os consumidores preferem calçado com um menor impacto negativo no ambiente, desde que isso não resulte em acréscimos de preços”.
Quase um terço dos entrevistados na Ásia consideram que os consumidores não se preocupam com o impacto ambiental do calçado.


Nota
Este inquérito efetuado pela APICCAPS para o projeto World Footwear  obteve 183 respostas válidas, 48% vindas da Europa, 21% da Ásia, 20% da América do Norte e o restante dos outros continentes.
Um terço dos entrevistados estão envolvidos na produção de calçado (“fabricantes”), um quarto no comércio e distribuição (“comerciantes”) e 40% em outras atividades relacionadas, como associações comerciais, consultoria, jornalismo, etc.

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