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Indústria europeia de calçado resistiu como pôde mas começa a travar

Indústria europeia de calçado resistiu como pôde mas começa a travar

23 Mar, 2020

Conheça a situação na Europa


Estão ainda, por apurar, os reais efeitos do novo coronavírus nas empresas a nível internacional. Certo é que as empresas europeias de calçado procuraram resistir durante semanas, mas começam, progressivamente, a encerrar.
Comecemos por Itália. Tudo se alterou nas últimas horas, por via do encerramento compulsivo das empresas decretado pelo Governo de  Guiseppe Conte. Os primeiros anúncios surgiram de forma espontânea e avulsa. O grupo Tod começou por encerrar toda a produção por cinco dias, convidando os colaboradores, em comunicado, a “reorganizar as suas vidas e a lidar com os novos regulamentos emitidos pelo governo”. Também a Gucci, do grupo Kering, decidiu inicialmente, parar toda a operação baseada na Toscania, por uma semana.

 Já o Grupo Louis Vuitton, que opera a parir de Fiesso d'Artico (na província de Veneza), previa continuar em funcionamento. O grupo de luxo anunciava que todos os locais de produção da LVMH, com sede na Itália, continuariam com a operar. Recorde-se que, atualmente, o Grupo Vuitton detém varrias marcas a produzirem no Norte de Itália como Berluti, Bulgari Celine e Fendi. Para isso, implementaram, em cada fábrica, medidas de reforço da segurança dos trabalhadores, como a higienização das instalações, a redução do número de artesãos ou o aumento da distância entre trabalhadores, por uma questão de segurança precaução. Todas estas medidas foram, no entretanto, substituídas pelo encerramento decretado pelo Governo italiano.

França
Em França a situação não é muito diferente. Por indicação de Emanuel Macron, a quarentena decretada, para já, é de duas semanas. Por via disso, empresas como a Chanel “decretaram” o encerramento temporário de toda a produção. 

Espanha
Já por Espanha, depois de um ano de 2019 de crescimento, a indústria de calçado enfrenta grandes dificuldades. De acordo com a associação setorial, o que mais preocupa o setor é a escassez de capital, facto que pode comprometer a solvência das empresas e o acesso a créditos. Segundo José Monzonìs, presidente da Federação da Indústria Espanhola de Calçado (FICE), “a indústria conseguirá resolver os problemas relacionados com o surto de Covid-19, apenas no curto prazo”, já que se a situação continuar até meados de maio, "teremos muitos encerramentos de empresas a lamentar”.
A FICE solicitou ao governo de Pedro Sanchez que estabelecesse algumas linhas de crédito extraordinárias, bem como assegurasse garantias específicas para financiar a atividade. Além disso, solicitou medidas excecionais de curto e médio prazo para enfrentar a questão dos excedentes da produção. “Se mantivermos as produções atuais nos armazéns, dificilmente conseguiremos vendê-las posteriormente”. Por fim, o presidente da FICE criticou medidas anunciadas pelo governo espanhol de apoio exclusivo às PME. “O nosso setor funciona numa lógica de cluster: ou o Governo toma medidas para ajudar também as grandes empresas ou haverá um efeito imediato nas pequenas e médias empresas”.
 
Alemanha
O ano de 2019 foi atípico para a indústria alemã de calçado. De acordo com Carl-August Seibel, presidente da Associação Alemã de Calçado,  (HDS), “em 2019 a receita total da indústria foi de 2,89 mil milhões de euros. As vendas no país caíram 1,8%, enquanto a receita externa caiu 6,8%. Felizmente, este desempenho não teve impacto no número total de empregos, que aumentou 2%”. Ainda assim as exportações atingiram os 340 milhões de pares, no total de 7,6 mil milhões de euros, um aumento de 10% no número de pares exportados. Em termos de valor, as exportações cresceram 9,9%.




Carl-August Seibel, acredita que ainda é cedo para fazer avaliações relativamente ao impacto do COVID 19 na indústria. “Ainda não podemos avaliar o impacto do coronavírus com precisão. Obviamente, já se percebe que esta emergência global está a causar um aumento nos preços e, no final, não poderão ser os consumidores a pagar a fatura”. Para o responsável alemão, “mesmo neste cenário difícil, há boas expetativas quanto ao mercado chinês e norte-americano”.
 
Para evitar maiores consequências na economia alemã, a Chanceler Ângela Merkel anunciou a criação de um fundo de 500 mil milhões para apoiar empresas, assegurando dessa forma uma injeção de capital e empréstimos às empresas.
Adicionalmente, o ministro das Finanças alemão, Olaf Scholz, admitiu a possibilidade de compra de ações das cotadas germânicas, de forma a evitar que entrem em colapso durante este período.
 
Acompanhe mais sobre os impactos do vírus na indústria em: www.worldfootwear.com/tag/coronavirus-covid19/311.html

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