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Indústria portuguesa de calçado investe 600 milhões de euros

Indústria portuguesa de calçado investe 600 milhões de euros

15 Fev, 2024

Investimento de 600 milhões de euros até ao final da década


A indústria portuguesa do calçado vai investir, no quadro do seu plano estratégico, 600 milhões de euros até ao final da década em inovação, sustentabilidade, qualificação das empresas e dos trabalhadores e internacionalização. “O grande investimento que estamos a fazer, o maior investimento da nossa vida nesta indústria até ao final da década, são 600 milhões de euros em quatro áreas distintas mas complementares”, disse o porta-voz da APICCAPS, Paulo Gonçalves.

“Não estamos particularmente concentrados em aumentar a produção, uma vez que o setor já produz anualmente 80 milhões de pares de calçado, mas é nosso grande objetivo otimizar processos e fazer da industria portuguesa uma grande referência internacional no desenvolvimento de novos produtos”.

Os 600 milhões de euros previstos de investimento até 2030 incluem dois grandes projetos já em curso (BioShoes4All e FAIST) que se espera estejam concluídos até final de 2025, nos temas da automação, digitalização e sustentabilidade. Uma das vertentes centrais da estratégia é “o compromisso verde”, de acordo com o porta-voz da APICCAPS, associação que assinou no início de 2023 um protocolo com cerca de 150 empresas nas quais estão a ser feitas auditorias com o objetivo de melhorar a eficiência energética, o uso de materiais ou o ‘eco design'. “Estamos a fazer estas auditorias às empresas para que efetivamente possamos, em primeira circunstância, alterar e otimizar os processos. Os novos produtos, a nova geração de produtos, vem de seguida”, afirmou Paulo Gonçalves, que disse que há 100 parceiros, incluindo 14 universidades, a trabalhar com a indústria portuguesa de calçado para a colocar “na linha da frente”.

A indústria portuguesa de calçado está a criar “uma nova geração de produtos” com, por exemplo, biomateriais (como cascas de fruta), materiais naturais (como cortiça e madeira) ou materiais reciclados além de estar a trabalhar no desenvolvimento de novas tecnologias e técnicas com a principal matéria-prima atual, o couro. O couro é “um produto duradouro” e um desperdício da indústria alimentar, que é usado no fabrico do calçado, contribuindo assim também “para o bem-estar do planeta”, defendeu Paulo Gonçalves.

Em simultâneo, o setor está a trabalhar em domínios como eficiência energética, redução do consumo de água ou mesmo eco design. “Todos os anos são produzidos 24 mil milhões de pares de sapatos, cerca de 90% são feitos na Ásia, o que equivale a dizer que cada 9 em 10 pessoas usam sapatos asiáticos. Nós não consideramos que seja sustentável, pelo contrário, entendemos que existe espaço no mercado para um pequeno 'player' como Portugal”, disse Paulo Gonçalves.

Atualmente, existem em Portugal 1500 empresas no cluster do calçado (calçado, componentes e artigos de pele), responsáveis por 40 mil postos de trabalho. O setor exporta 90% da sua produção para 173 países, nos cinco continentes. “Estamos aqui para durar, independentemente dos ciclos conjunturais. A nossa maior prova de confiança é que estamos a fazer o maior investimento da nossa história. Entendemos que Portugal pode ser uma grande referência internacional ao nível de desenvolvimento de uma indústria sustentável, de uma indústria de futuro”, acrescentou.


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