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Indústria reclama envolvimento das empresas para concretizar PRR

Indústria reclama envolvimento das empresas para concretizar PRR

14 Jul, 2021

CIP pede envolvimento das empresas para concretização do PRR


“Chega de palavras: chegou o momento de concretizar o PRR”. As palavras são da CIP – Confederação Empresarial de Portugal. “Está formalmente dado o passo que permitirá a Portugal receber a primeira fatia do PRR. São 2,2 mil milhões de euros que têm de ser bem investidos”. Em comunicado, os representantes da indústria defendem que é essencial “envolver já as empresas”.

“O Conselho dos Assuntos Económicos e Financeiros adotou as primeiras decisões de execução relativas aos Planos de Recuperação e Resiliência, entre os quais o português. A decisão abre o caminho para que Portugal receba a primeira tranche de 2,2 mil milhões de euros, o que representa 13% do total atribuído a Portugal.”

A Confederação Empresarial de Portugal defende, assim, “a necessidade de o Governo passar rapidamente do plano à concretização. Nos próximos nove anos, Portugal terá de executar, em média, mais de seis mil milhões de euros anuais de fundos europeus, incluindo o PRR, contra os três mil milhões que tem vindo a executar nos melhores anos. Uma grande ambição que apenas será realizável se contar com participação ativa das empresas”.

“Portugal compara mal com diversos Estados-membros na prioridade concedida às empresas no desenho dos respetivos PRR. Por exemplo, no que respeita aos apoios à transição digital a Itália afeta à digitalização das empresas mais do dobro das verbas destinadas à digitalização da Administração pública (13,4 e 6 mil milhões de euros, respetivamente), contra pouco mais de metade em Portugal (650 milhões de euros e 1251 milhões de euros, respetivamente)”, diz a CIP em comunicado.

“Ao contrário de outros países, como a Grécia, que decidiu baixar a taxa de imposto às empresas para, assim, impulsionar a retoma económica, Portugal tem mostrado grande resistência em acionar a política fiscal e encetar reformas nesta área, em complemento aos investimentos previstos no PRR. A decisão tomada agora pelo Conselho dos Assuntos Económicos e Financeiros inaugura uma nova fase: Portugal vai passar do plano da discussão à fase da concretização”.
Assim continua a CIP, “é preciso colocar imediatamente no terreno os há muito prometidos instrumentos de capitalização das empresas. É preciso executar com transparência, com processos de seleção abertos, com critérios de escolha adequados e conhecidos à partida. É preciso ajustar os procedimentos e o funcionamento das estruturas à realidade das empresas e às suas necessidades. É preciso associar os investimentos previstos às reformas que criem um ambiente de negócios mais favorável ao relançamento industrial e à competitividade das empresas”.

“A destruição provocada pela pandemia e pelas medidas que ainda hoje restringem a liberdade de ação das empresas e das pessoas — diz António Saraiva, presidente da CIP — colocam Portugal numa situação de fragilidade económica e financeira extrema. Felizmente, após longos meses de espera, o PRR pode agora começar a ser executado no nosso país. No entanto, para que este investimento extraordinário tenha êxito e não seja mais uma ocasião desperdiçada, o que seria terrível para os portugueses, é fundamental que o Governo desça do pedestal e envolva realmente as empresas. A velha política não serve os tempos difíceis que vivemos. Executar bem e sem desperdício mais de seis mil milhões de euros por ano exige decisões ágeis e pede colaboração entre todos.”

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