Indústria italiana de calçado em queda
A pandemia COVID-19 atingiu de forma significativa a indústria italiana de calçado que registou, em 2020, reduções de dois dígitos na produção, exportações e vendas. De acordo com Assocalzaturifici, a Associação Italiana dos Industriais de Calçado, em comparação com 2019, a faturação da indústria caiu para 10,72 mil milhões de euros (-25,2%) e a produção italiana caiu para 130,5 milhões de pares (-27,1%). Já as exportações diminuíram significativamente, tanto em valor (-14,7%) como em volume (-17,4%).
“O ano de 2020 teve graves consequências econômicas para o nosso setor. Os dados são claros. Para além de uma perda de cerca de 1/4 da produção, temos também a registar uma queda muito significativa no consumo das famílias italianas. Apesar do aumento de dois dígitos nas vendas online, este número não foi suficiente para compensar o colapso das vendas ligadas ao turismo na Itália, especialmente nos segmentos de luxo”, revelou Siro Badon. Para o Presidente da Assocalzaturifici “a tendência de quebra das exportações deve permanecer negativa no primeiro trimestre de 2021, após um início de temporada de vendas muito fraco. Os empresários do setor esperam, nesta fase, uma redução de 15,1% em termos homólogos. A recuperação será claramente adiada para o segundo semestre de 2021, se assumirmos que um plano de vacinação satisfatório e abrangente irá restaurar a chamada ‘normalidade’”.
Os dados da Assocalzaturifici revelam que, entre os 10 principais mercados de exportação do calçado italiano, se verificou apenas um aumento para a Coreia do Sul (+ 14,3% em valor nos primeiros 11 meses), embora com uma quebra de 5,2% em quantidade. Houve uma redução acentuada nas vendas para mercados dentro da União Europeia (-13% em valor para a UE27) e fora da UE (-18%), onde a América do Norte registou uma quebra de -30%.
Em termos de consumo, de acordo com o Fashion Consumer Panel for Assocalzaturifici da Sita Ricerca, foram comprados menos 26 milhões de pares de sapatos em Itália em 2020 em comparação com o ano anterior. De acordo com a mesma fonte, os segmentos mais afetados foram o calçado "clássico" (que registaram reduções de pouco menos de -30%), enquanto que no calçados infantil e desportivo a quedas rondaram os 15%.
A redução foi menos acentuada no segmento de chinelos e calçado ‘doméstico’ que diminuiu 6,1% na quantidade de pares vendidos. No que diz respeito à comercialização, verificou-se um forte aumento das vendas online (+ 30% na quantidade e + 17% em valor). Todos os restantes canais de venda encerraram 2020 com grandes perdas: -28% nos pares adquiridos no retalho tradicional, menos 44,4% nas vendas de comerciantes itinerantes; reduções entre -20 e -25% para redes de retalho, “department stores” e grandes lojas especializadas.
