António Costa anunciou ontem novas medidas de confinamento
Costa sublinhou que “o que está verdadeiramente em causa é a saúde e a vida de cada um de nós e das pessoas que nos rodeiam”.
“Três dias é um período curto para avaliar o impacto das medidas que foram adotadas na quinta-feira, 13 de janeiro, mas, recolhendo informações junto das forças de segurança, dos operadores de transportes públicos, dos concessionários das autoestradas e dos dados relativos à movimentação de telemóveis, podemos verificar que entre sexta-feira, dia 15, e domingo, dia 18, comparativamente com o período entre sexta-feira e domingo da semana anterior, tivemos uma redução de cerca de 30% das movimentações”, referiu.
Novas proibições
“Perante esta situação impõe-se clarificar normas que têm sido objeto de abuso ou alargar o quadro de restrições”.
Assim:
2. É proibida a venda ou entrega ao postigo de qualquer tipo de bebida nos estabelecimentos alimentares;
3. É proibida a permanência e consumo de bens alimentares nas imediações dos estabelecimentos do ramo alimentar;
4. São encerrados todos os espaços de restauração em centros comercias, mesmo em regime de takeaway;
5. São proibidas todas as campanhas de saldos, promoções e liquidações que fomentem a concentração de pessoas;
6. É proibida a permanência em espaços públicos de lazer, como jardins, nos quais se pode circular, mas não permanecer;
7. Que os presidentes das Câmaras Municipais limitem o acesso a locais de grande concentração de pessoas, como as frentes marítimas ou ribeirinhas, e sinalizem a proibição de uso de bancos de jardim, parques infantis e equipamentos desportivos;
8. São encerradas as universidades séniores, os centros de dia e de convívio;
9. Todos os trabalhadores que tenham de se deslocar para trabalhar presencialmente precisam de credencial emitida pela entidade patronal, e todas as empresas de serviços com mais de 250 trabalhadores têm de enviar, nas próximas 48 horas, à Autoridade das Condições de Trabalho, a lista nominal de todos os trabalhadores cujo trabalho presencial é indispensável;
10. É proibida a circulação entre concelhos ao fim-de-semana;
11. Todos os estabelecimentos de qualquer natureza devem encerrar às 20h nos dias úteis e às 13h aos fins-de-semana, com exceção do retalho alimentar que poderá prolongar-se até às 17h aos fins-de-semana.
O Primeiro-Ministro afirmou que “estas medidas vão ser acompanhadas do reforço da fiscalização da Autoridade das Condições de Trabalho e das forças de segurança, a quem foi determinada maior visibilidade da sua presença na via pública e designadamente nas imediações dos estabelecimentos escolares, para serem fator de dissuasão e impedirem ajuntamentos que são uma ameaça à saúde pública”.
Vacinação
António Costa disse, também, que tendo em conta as novas informações disponibilizadas pelas Pfizer e pela Agência Europeia do Medicamento, “estamos em condições de ter uma melhor gestão das vacinas e acelerar o processo de vacinação nos lares, assumindo agora como objetivo, concluir, até ao final da próxima semana, a administração integral da primeira toma em todos os lares, salvo naqueles em que a existência de surtos impede a vacinação”.
O Primeiro-Ministro renovou o apelo que tem feito: “o momento que estamos a viver é o mais grave. Hoje morreram 167 pessoas. Não há nenhuma razão para termos menos medo hoje do que quando a COVID-19 nos chegou, em março passado”.
“Podemos ter toda a confiança na excelência dos profissionais de saúde e nos esforços para multiplicar a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde, as forças de segurança irão reforçar a fiscalização e o Governo e, seguramente, a Assembleia da República e o Presidente da República não hesitarão em tomar as medidas mais duras que se imponham para salvaguardar a saúde pública”, disse.