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O estado do retalho

O estado do retalho

2 Jun, 2020

Conheça a situação em Espanha, Itália, França e Reino Unido


Lojas fechadas, consumidores em casa. Foi este o cenário, nos últimos meses, um pouco por todo o mundo. O confinamento provocado pela pandemia COVID-19 fez cair as vendas abruptamente, principalmente na indústria de moda.  Conheça o ponto de situação do retalho em Itália, Espanha, França e Reino Unido.

Itália
Os dados são da confederação italiana Confcommercio e estimam uma redução do consumo de 10,4% no primeiro trimestre de 2020 face ao período homólogo. Duas semanas após o início da Fase 2 de desconfinamento, das quase 800.000 empresas italianas de comércio e serviços que conseguiram reiniciar atividade, 82% reabriram o negócio: dessas 94% são de roupa e calçado, 86% de outros negócios e serviços, mas apenas 73% dos bares e restaurantes.

Na Lombardia, uma das regiões mais afetadas pela pandemia, 97% dos estabelecimentos de retalho não-alimentares estão a tentar recomeçar, com o setor de vestuário a avançar. Para Carlo Capasa, presidente da Câmara Nacional de Moda italiana, esta é uma demonstração da resiliência das empresas do setor. "É isso que nos dá a confiança; o facto de seremos rápidos a recomeçar se forem garantidas as condições necessárias”.

Em março, as vendas no retalho caíram 18,4% face a março de 2019, de acordo com o Istituto Nazionale di Statistica, mas as vendas de artigos de moda no retalho sofreram uma quebra de 54,2%, tendo sido mesmo a categoria mais afetada.

Espanha
É um dos países mais afetados pela pandemia. Tem mais de 61 mil pontos de venda encerrados desde março e, desde esse período, as vendas de vestuário e acessórios já caíram 89,5% em abril. Os dados são da Asociación Empresarial del Comercio Textil, Complementos y Piel (Acotex) e concluem que as vendas online apenas conseguiram garantir 10% das vendas.
“Os clientes não querem comprar roupa que não vão poder vestir”, aponta a Acotex.

As vendas de artigos têxteis e de artigos de luxo caíram 34 e 39% respetivamente, em comparação com 2019. De acordo com a Boston Consulting Group o impacto, no pior cenário, pode significar uma perda de 6,5 mil milhões de euros em receitas.
O desconfinamento no país começou na primeira semana de maio, com o retalho físico a abrir com algumas restrições.

França
Os dados mais recentes ainda não foram divulgados, mas em relação ao mês de março o setor de vestuário caiu 60% em comparação com o mesmo mês de 2019. De acordo com o Institut Français de la Moda (IFM), a queda no primeiro trimestre do ano é mais comedida, com uma descida de 17,9% face ao mesmo período do ano passado.

Para o resto do ano, o IFM traça três cenários distintos. A hipótese mais otimista prevê uma queda de 17% e implica que as vendas no segundo semestre retomem completamente o nível dos últimos seis meses de 2019.

O segundo cenário, considerado o ‘mais provável’, antecipa “um regresso ao consumo mais progressivo”, que prevê uma queda de cerca de 5% das vendas no segundo semestre em comparação com o período homólogo do ano passado, colocando a queda do ano completo em 20%.

A versão mais pessimista prevê uma queda de 25% nas vendas anuais de moda em França. «Este é um cenário de verdadeira rutura na tendência de mercado», sublinha o Instituto.

O diretor do observatório económico do IFM, Gildas Minvielle,  acredita que os números apresentados são os valores médios e que haverá “grandes disparidades consoante as empresas. As situações dos atores são muito diferentes e vemos que essas diferenças são ainda mais vincadas em período de crise”.

Reino Unido
Em terras de Sua Majestade o cenário no retalho é preocupante. As vendas caíram para um novo recorde negativo em março, com uma redução dos negócios nas lojas de calçado e vestuário de 34,8% em relação ao mês anterior, segundo dados do Office for National Statistics.

As vendas online também foram fortemente afetadas. As vendas digitais de vestuário caíram 23,1%, principalmente no segmento masculino (com uma queda de 42,9%) e no calçado, com um declínio de 32,8%.

A indústria da moda será a mais afetada no Reino Unido. “Prevê-se que os gastos em vestuário e calçado desçam 11,1 mil milhões de libras [cerca de 12,6 mil milhões de euros] em 2020, o que representa uma queda de um quinto do valor de mercado, que é equiparável às vendas combinadas de três líderes de mercado: Primark, Marks & Spencer e Next”. Os dados são da GlobalData do Reino Unido.

De acordo com Patrick O’Brien, diretor de análise de retalho do grupo, "estes setores serão os mais atingidos em 2020 pela pandemia, devido ao cariz não essencial e à necessidade inexistente de comprar roupas novas, visto que o público evita interações sociais e muitos estão em isolamento. Isto vai fazer com que a primavera-verão seja um fracasso para a indústria de vestuário”.

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