A alma portuguesa vista pelos jovens artistas
O que é o futuro? Como será, para onde iremos, com quem? É hoje, amanhã, ou daqui a doze meses? Todas as grandes questões ficam suspensas neste véu ténue que é o futuro. Como medimos o futuro? Que papel tem a esperança nesta programação futurista?
Quando a esperança parece ter sido o grande o que nos manteve à tona, fomos conhecer os rostos que prometem levar o nome de Portugal mais além. Pela lente de Frederico Martins, três stylists portugueses – também eles o futuro da moda em Portugal - escolherem três referências para o futuro. No design, na música, no cinema. Ou simplesmente na capacidade de serem humanos. Fomos conhecê-los na última Portuguese Soul.
Quando a esperança parece ter sido o grande o que nos manteve à tona, fomos conhecer os rostos que prometem levar o nome de Portugal mais além. Pela lente de Frederico Martins, três stylists portugueses – também eles o futuro da moda em Portugal - escolherem três referências para o futuro. No design, na música, no cinema. Ou simplesmente na capacidade de serem humanos. Fomos conhecê-los na última Portuguese Soul.
Larissa Marinho, stylist, escolheu Pedro Mafama, Ângela Ferreira e Joana Duarte. “Acredito que estes três talentos com quem tive o prazer de trabalhar são grandes representantes, cada um na sua área, da nova geração de talento”. Com cada um, a jovem stylist quis “contar uma história e experimentar novas possibilidades para construir uma imagem intemporal”. Também Larissa define o seu trabalho como contadora de historias e acredita que a roupa “é um dos recursos mais importantes para se comunicar uma mensagem. É o que dá contexto e identidade a uma imagem”.
Pedro Mafama, é da Graça, em Lisboa. Define-se como um artista dedicado à música. Acaba de lançar um álbum. Por este rio abaixo, uma homenagem à música tradicional portuguesa. Acredita que a alma portuguesa “é uma alma que reúne a mistura toda da qual somos feitos, povos do norte e do sul…de todo o lado. Uma alma que junta todos os ensinamentos da História e mostra algo ao mundo. Temos algo a dizer e algo a ensinar.
Ângela Ferreira, conhecida como Kruella, é artista visual. Trabalha na área da ilustração digital e pinta, nas suas palavras, “murais grandes”. Para Kruella, “alma portuguesa é sinónimo de hospitalidade, paixão pelas coisas feitas, dedicação a família e amigos, simpatia. Uma alma destemida e com muito brilho”.
Joana Duarte. Designer e fundadora da Béhen. “Alma portuguesa para mim é a minha avó, porque foi com ela que aprendi toda a teoria por detrás da minha marca. Passar os tecidos, o tipo de bordado, as cores, as linhas. Mesmo as histórias que contam… fazem da alma portuguesa a minha avó”.
“Na bolha de palavras que podia escolher para estes talentos diria admiração, diferença, importância na sociedade, exemplo, bondade e talento”. São estas as características de Graça, André e Lara, as escolhas de Rúben Osório para este trabalho. O stylist criou um imaginário através de filmes, comportamentos, épocas e músicas, que se tornaram em personagens para cada um dos artistas. Define o seu trabalho como “honesto, numa incessante procura de expressar sentimentos”.
Graça Côrte Real, artista e designer. Coleciona alguns sapatos portugueses, vintage. “Alma portuguesa é uma alma do mundo, porque nos sempre fomos do mundo e tentamos levar Portugal ao mundo inteiro e que quem vem se sinta bem cá”.
André Garcia, bailarino e professor de dança. “Alma portuguesa é alma de ser capaz de nos desenrascarmos com pouca coisa”
Lara Matos, designer editorial e com um projeto individual ligado as artes visuais e plásticas. “Percebi o que era a alma portuguesa quando sai de Portugal e senti o que era aquela palavra que tanto falamos: a saudade. Dos amigos, da família, da comida e do estado de espírito. Para mim essa é a alma portuguesa, a capacidade que temos de conhecer novas pessoas”.
Sérgio 11
Gaspar Varela, Diana Vilarinho e André Caniço foram as escolhas de Sérgio 11. “Escolhi três pessoas que admiro muito. Dois deles acabam por ser uma escolha imediata, por virem de um universo a que pertenço: o fado”. Por outro lado, a escolha de André recaiu pela admiração pela estética do realizador. E também a sua inspiração não poderia ser diferente: a noite, o fado e a ligação aos locais portugueses.
Define o seu trabalho como uma ligação intrínseca às raízes. “Acredito que são as raízes que nos mantém presos ao solo, que é oculto, que nos faz crescer, absorvendo o que nos alimenta”.
Gaspar Varela, músico e guitarra portuguesa. “Alma portuguesa para mim são as pessoas que encontramos em Portugal. Somos um país multicultural e isso agrada-me muito e na arte isso nota-se muito”.
Diana Vilarinho, fadista. “Alma portuguesa é quase que a voz agida da mulher do Norte, ou a voz forte do homem do campo do Alentejo, as vozes dos bairros de Lisboa. É a saudade. É o fado”.
André Caniços, Realizador. “Não sei o que é alma portuguesa. Estou à descoberta. É uma comunhão entre a nossa tradição e cultura e, a par disto, a consciência de sabermos que esta tradição e cultura se tem de moldar e adaptar aos nossos tempos. Por isso é que acredito que a alma portuguesa é um ser vivo em constante crescimento”.
