Em julho ficaram mais de 23 mil vagas por preencher
Os dados avançados pelo Jornal de Notícias concluem que em julho o Instituto Português de Formação Profissional (IEPF) tinha 23.236 ofertas de emprego por preencher. Na maioria estas vagas estão relacionadas com atividades imobiliárias e administrativas, alojamento e restauração e construção civil. Estes setores são habitualmente preenchidos pela população emigrante, mas, com a pandemia de COVID-19 e consequente limitação de circulação, muitas vagas ficaram por preencher.
João Cerejeira, acredita que também as medidas de apoio às empresas criadas pelo Governo podem ter provocado um desajustamento entre a oferta e a procura. “Este conjunto de medidas que o Governo tomou (lay-off ou prolongamento dos subsídios) pode ter feito com que exista uma menor transferência de trabalhadores entre empresas e atividades. Isto pode justificar o desajustamento entre oferta e procura”, disse o especialista em mercado laboral à SIC.
O Algarve regista mais ofertas relacionadas com turismo, alojamento e restauração, o Alentejo com atividades imobiliárias e o Norte e a região de Lisboa e Vale do Tejo mais ofertas na área da construção civil.
“A subida dos preços no mercado de habitação também tem provocado um maior investimento na reabilitação urbana, motiva uma maior provoca por estes trabalhadores”, diz o especialista.
O aumento das ofertas de trabalho que ficam sem candidatos explica-se ainda com o envelhecimento da população e com o aumento de jovens no ensino superior, para quem os trabalhos mais intensivos e de salários mais baixos não são atrativos.