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Pelos corredores da Lineapelle

Pelos corredores da Lineapelle

8 Out, 2021

Decorreu, em Milão, a feira de componentes


Pelos corredores da Lineapelle as novidades são o grande atrativo. Esta é, por excelência, a feira de apresentação das tendências para a próxima estação. Depois da maior feira de calçado do mundo, é a vez do setor de componentes e de peles apresentar as tendências para o próximo inverno. Mas esta é uma edição de recomeços.

“Bem-vindos à normalidade”. É assim que Décio Pereira, da Vapesol, encara o primeiro dia da Lineapelle. Sentimento partilhado pela totalidade dos expositores “A grande novidade é poder voltar: ver os nossos clientes, rever amigos, perceber como estão os negócios”, diz Rodolfo Guedes da Multicouro. “É uma feira muito importante. É um recomeço para toda a indústria de calçado”, diz João Carvalho da Atlanta.

Mas entre solas e peles a sustentabilidade parece ser o denominador comum. A delegação portuguesa na feira contou com seis empresas de componentes e mais de uma dezena de empresas de curtumes, apoiadas pela APIC.

A apostar continuamente no desenvolvimento de soluções inovadoras está a ISI. Depois das famosas bolas de ténis, que eram trituradas e incorporadas na sola, a marca apresentou mais duas novidades: as solas inclusivas para daltónicos (ver notícia) e as solas com balões inutilizados. “A sustentabilidade é algo transversal à ISI. Depois de implementar este conceito na empresa foi a vez de olhar o produto”, diz Vítor Mendes. Tudo começou com a introdução de desperdícios da própria produção, bem como de outras indústrias. “Tentamos que todas as solas tenham pelo menos 30% de matéria-prima reciclada”, diz o responsável pela ISI. E a procura de novos materiais é uma constante. Foi assim que nasceu assim a ideia de incorporar balões velhos. “Depois de desenvolvermos o conceito e de o testarmos, já começamos a recolher balões defeituosos diretamente das fábricas.

“No que fiz respeito às bolas ténis, por exemplo, já recolhemos milhares de bolas fruto de parcerias com clubes de ténis. Já chegamos ao meio milhão de solas produzidos com componentes sustentáveis e o material proveniente das bolas é muito significativo”.

No grupo de estreantes encontramos a Aloft. “Decidimos participar pela primeira vez na Lineapelle por ser a primeira feira pós-COVID. Havia muito receio e muita incerteza e achamos que era o momento ideal para a nossa empresa participar, porque somos uma empresa arrojada e que acredita na retoma setor”. Também na empresa de Pedro Castro a sustentabilidade é uma trave-mestra. “Não olhamos para sustentabilidade como uma estratégia. Deve de ser uma forma de existir. E é assim que interpretamos”. Neste campo, a empresa tem realizado vários desenvolvimentos. “Recebemos materiais de outras indústrias e o nosso sonho é ciar uma spin off apenas dedicada à reciclagem”.

Para a Lineapelle, Pedro Castro traz uma novidade tecnológica. “Somos uma empresa de solas técnicas, logo tudo o que desenvolvemos tem como objetivo a performance. Trouxemos a Sphere, uma tecnologia que desenvolvemos com a Universidade de Navarra e que permite ter um conforto diferente. O que apresentamos são três versões de solas distintas masque tem por base essa tecnologia de conforto, que é um tema muito premente nos dias que correm.

Em conversa com os nossos parceiros empresariais da área dos moldes e com a Universidade Navarra começamos a trabalhar neste projeto. O conceito ainda não esta acabado, estamos em testes com várias equipas de desporto. No fundo queremos que o caminhar da pessoa seja minimamente impactado pela sola”.

Também a estrear-se no certame, ou pelo menos é assim que a empresa encara esta participação depois de duas décadas sem participar, encontramos a TECO. “estávamos há muitos anos sem participar, mas achamos essencial estar presentes naquela que é a maior feira da área”. Para Rui Faria a aposta na sustentabilidade já pode ter sido uma tendência mas agora “sentimos que é o caminho a seguir”.

A empresa, em parceria com os fornecedores tem vindo a testar novos materiais e “os resultados são fantásticos. Resolvemos dar-lhes um nome: EVA SWEET trata-se de um material base EVA com 70% de cana de açucar na sua composição. “Nesta gama de produtos também dispomos de um material EVA composto por 50% reciclado (material proveniente de "lixo" da produção) e 50% cana de açúcar”. Todos estes materiais estão testados e certificados por instituições reconhecidas no âmbito da qualidade”, diz o responsável pela empresa.

A caminhar na sustentabilidade continua a Bolflex. “Somos a casa das novidades”, diz Pedro Saraiva. “São 30 anos a inovar nesta área. Como é sabido, estamos a apostar na sustentabilidade e procuramos ter soluções em várias áreas para apresentar aos nossos clientes”.

Para João Carvalho, importa continuar a aposta em materiais leves e flexíveis, bem como em borrachas recicladas. “Estamos a trabalhar com borrachas recicladas, a introduzir produtos reciclados nas solas. Brevemente iremos anunciar algumas novidades nesta área. Além dos materiais, estamos a preparar vaias certificações ambientais a nível empresarial”, diz o responsável comercial da Atlanta.

“Encaramos a sustentabilidade, olhando para dentro primeiro. Temos certificação ambiental há mais de um ano e estamos a apostar na melhoria das politicas da empresa”, as palavras sã de Décio Pereira.

Em termos de novidades, a Vapesol aposta numa melhoria e continuidade das ações anteriores “As novidades mais recente são as solas em EVA e em EVA com colagens de TPU. Temos aumentado a nossa capacidade. Começamos o ano com uma capacidade de 1.000 pares e vamos acabar com uma capacidade de produção de 3.000”.

Na discussão da sustentabilidade, a indústria das peles também tem uma palavra a dizer: “Sustentabilidade é comprar um bom par de calçado, que dure”. O repto é lançado por Rodolfo Guedes. O responsável pela Multicouro admite que existe ua continuidade na procura de materiais bio. “Os materiais bio são muito solicitados, mais concretamente, curtimenta vegetal e curtimenta livre e crómio.  E é a nossa maior aposta: a sustentabilidade dos artigos e o seu ciclo de vida”.

Mas há muitos sonhos por concretizar que ganham forma nestes pavilhões. “O nosso objetivo é ter uma unidade que reprocessa os desperdícios, recebe de outras industrias e em vez de apenas os triturar e homogeneizar, vamos aditivar e corrigir para lhes dar valor acrescentado”, diz Pedro Castro da Aloft.

Feira com sinais positivos
A edição da Lineapelle encerrou com um número total de 11 mil visitantes, oriundos de 70 países.

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