António Costa: “Portugal conhece bem o valor da ciência enquanto força transformadora e essa tem sido a motivação que pautou a estratégia dos últimos anos"
No âmbito das medidas tomadas pelo Governo, António Costa destacou o “aumento de 28% nos apoios sociais a estudantes, o reforço da dotação inicial da FCT e da Instituições de ensino superior públicas e a restituição do IVA na área da Ciência, cobrindo um universo potencial de 193 Instituições sem Fins Lucrativos e 104 Instituições de Ensino Superior Público e Privado.
Prioridades da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia
Na sua intervenção, António Costa referiu ainda os três temas que estiveram no centro do debate sobre investigação e inovação à escala europeia, durante a Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia. “A ciência enquanto motor da criação de emprego qualificado, potenciado de crescimento robusto e sustentado; o papel crítico da ciência fundamental, aberta e colaborativa, alargando a fronteira do conhecimento; e, finalmente, a necessidade imperiosa de valorizar as carreiras de investigação e aumentar a sua profissionalização”.
Costa relembrou ainda que que cerca de 40% das verbas previstas no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) destinam-se a ciência, conhecimento e inovação, o que corresponde a um total de 6,4 mil milhões de euros. Neste âmbito, destacou as Agendas Mobilizadoras para a Inovação Empresarial, lançadas no dia 23, “pelo seu carácter disruptivo e pela sua natureza verdadeiramente transformadora”.
O Primeiro-Ministro considera o PRR como “um programa ousado, porque só com ousadia construiremos um futuro mais resiliente, mais verde e mais digital», permitindo assim um futuro mais justo e inclusivo”. Aliás, continuou, a Comissão Europeia avaliou o PRR português como capaz de introduzir “investimentos significativos para estimular a investigação e a inovação» e incluiu «um ambicioso pacote de reformas e investimentos» que «visam as causas profundas dos desafios identificados e deverão promover a competitividade e a produtividade do País”.
Como principais desafios “identificados pelos nossos investigadores, cientistas, empreendedores, cujas preocupações encontram agora uma resposta decisiva estão: a simplificação administrativa e a redução dos custos de contexto, incluindo pela introdução de muitas das recomendações do Relatório do Grupo de Trabalho para a Simplificação dos Projetos de I&D; a criação de mecanismos de financiamento que potenciam o investimento em inovação, por via de um Banco de Fomento eficaz e com uma visão de longo-prazo para o País, e, finalmente, o estabelecimento de taxas de apoios até 100% para a investigação fundamental e com níveis de incentivo para as empresas no limite máximo da legislação europeia”.
“O PRR é um instrumento financeiro à disposição do País, que acresce aos já existentes e que complementa, potencia e adiciona”. Costa relembrou também “as ambiciosas metas a que nos propusemos para o ano de 2030: elevar a despesa total de I&D a 3% do PIB; garantir 50% de graduados na faixa etária dos 30 aos 34 anos; e, finalmente, atingir um volume de exportações equivalente a 53% do PIB, com enfoque no aumento da balança tecnológica”.
“O sucesso desta estratégia depende de todos nós. E, em particular, depende de todos Vós: cientistas, investigadores, estudantes, empresários. Essa é, indiscutivelmente, a grande força da nossa estratégia de futuro, e a grande força do nosso presente”, concluiu António Costa.