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Portugal, Itália e Espanha debaixo de fogo

Portugal, Itália e Espanha debaixo de fogo

27 Mar, 2020

Impactos da pandemia na indústria de calçado


Começam a ser percetíveis os primeiros impactos do novo coronavírus na indústria europeia de calçado e, em particular, nos seus principais protagonistas, respetivamente Itália, Espanha e Portugal.

Itália parada
A indústria italiana trava, a fundo, por estes dias, depois do Governo de Guiseppee Conte ter decretado o encerramento de todas as empresas.

O sentimento era, há já algumas, semanas, de preocupação generalizada. O grupo Tod’s começou por encerrar toda a produção por cinco dias. Também a Gucci, do grupo Kering, decidiu inicialmente, parar toda a operação baseada na Toscania, por uma semana. O Grupo Louis Vuitton, que opera a parir de Fiesso d'Artico (na província de Veneza), previa continuar em funcionamento com as marcas que produzam no Norte de Itália como Berluti, Bulgari Celine e Fendi, tendo para isso implementado, em cada fábrica, medidas de reforço da segurança dos trabalhadores. Estão, agora, todas paradas.
Tommaso Cancellara – em declarações ao World Footwear - admite que “o coronavírus vem acentuar um ano que já se antevia muito difícil para o setor”. O responsável pela Associação Italiana de Calçado, a Assocalzaturifici, espera, no o entanto, que o decreto Cura Itália, aprovado recentemente pelo governo, e que alocou recursos na ordem dos 25 mil milhões de euros para o apoio às famílias, empresas e trabalhadores “consigam combater a emergência econômica e de saúde atual”. Adicionalmente, Guiseppe Conte aumentou substancialmente o Fundo de Garantia para as PME, bem como os apoios à internacionalização. Um suporte financeiro importante que não , será ainda assim, suficiente. Para a Assocalzaturifici importa, agora, que “as instituições internacionais possam implementar medidas econômicas adequadas para enfrentar a crise”.

Pandemia dispara em Espanha
É precisamente em Espanha que residem, nesta altura, as principais preocupações, com vários focus de pandemia a vitimarem centenas de pessoas diariamente. Todas as atenções estão, por isso e por agora, exclusivamente centradas  na contenção de um vírus desgovernado. 
No ponto de vista empresarial, a atividade económica congelou nas duas últimas semanas. Para o setor do calçado, certo é que em 2020 será de decréscimo, depois de um ano que terminou com bons resultados. “A maior dificuldade atual é de tesouraria”, admite a Federação Espanhola de Calçado, a FICE. De acordo com José Monzonìs, presidente da FICE, “se a situação continuar até meados de maio, "teremos muitos encerramentos de empresas a lamentar”.
A FICE espera que o governo de Pedro Sanchez aprove linhas de crédito extraordinárias e disponibilize garantias específicas para financiar a atividade. Além disso, solicitou medidas excecionais de curto e médio prazo para enfrentar a questão dos excedentes da produção.

Portugal resiste com dificuldade
No Inquérito Semanal à indústria, da responsabilidade do Gabinete de Estudos da APICCAPS a uma amostra de 88 empresas, responsáveis por 6 mil postos de trabalho e uma faturação na ordem dos 400 milhões de euros, é possível concluir que 14% das empresas já suspenderam, temporariamente, a produção. Número que subirá para 34% na próxima semana, em virtude nomeadamente da expectável escassez de matéria-prima motivada pelo encerramento do setor industrial italiano. Ainda assim, em Portugal, 17% das empresas da fileira do calçado e artigos de pele não equaciona, para já, suspender, ainda que de forma temporária, a produção.

 Uma das justificações para esta paragem está diretamente associada à taxa de absentismo atual, na ordem dos 17%. A principal motivação, por agora, para as ausências ao trabalho prende-se, nomeadamente, com “Assistência à família” (58% das respostas). O número de pessoas em “Quarentena voluntária” (8%) ou “Quarentena decretada pela Direção Geral de Saúde” (2%) é pouco expressiva.

 A maioria das empresas tem, nesta fase, encomendas para uma (31% das empresas) ou duas semanas (33% das respostas). No mesmo inquérito, concluiu-se que 20% das empresas tem encomendas para um período superior a dois meses.
 “Redução de encomendas internacionais” (75% das respostas), “Abastecimento de matérias-primas” (53%) e “impossibilidade de entrega das encomendas” são as principais dificuldades assinaladas pelas empresas.
 
Mais informação sobre a indústria mundial de calçado em: www.worldfootwear.com/tag/coronavirus-covid19/311.html

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