Nelson de Souza defende plano de recuperação para setores mais afetados pela pandemia
Segundo a Lusa, Nelson de Souza frisou que a crise económica associada à paralisação das economias devido à pandemia se "abate de forma bastante severa em setores como por exemplo o turismo, aliás ligado a outros setores, como a restauração ou a aviação, mas também em setores exportadores, "como o calçado e o têxtil", que embora "tenham sabido responder às oportunidades criadas pela crise, também viram afetadas globalmente as suas exportações".
"Num primeiro tempo, o plano de recuperação também tem de responder a essas questões reais", disse, frisando que esta dimensão vai a par com outra, a de que o plano se deve basear "na agenda europeia de relançamento", que envolve o crescimento verde, a digitalização e o reforço das cadeias produtivas, entre outros.
"É preciso juntar várias perspetivas", insistiu Nelson de Souza que evocou que o critério de consideração do nível de desemprego gerado pela crise deve ter não só em conta o desemprego efetivo, mas também a situação das "pessoas que estão em esquemas de trabalho de suspensão temporária, que não contam como desempregadas, mas que estão em situação transitória e até com perda de rendimentos, com os seus direitos afetados e porventura muitos deles ameaçados de desemprego quando terminar essa situação".
"Obviamente, a política de coesão tem de ser utilizada como instrumento, porque é aquela que está melhor preparada no terreno para ter resposta rápida”. O objetivo, explicou Nelson de Souza, é que também relativamente ao pacote do fundo que for associado à política de coesão, "fará algum sentido que os critérios normais - de distribuição das verbas do orçamento europeu - possam ser ajustados, mas sem alterar drasticamente aquele que é o ADN da política de coesão, que tem a ver com o favorecer as regiões mais pobres, menos desenvolvidas, tendo em consideração o que foi mais particularmente afetado".