O preço do calçado deverá subir 11% nos próximos seis meses.
Nos próximos seis meses, estima-se que na Europa os consumidores comprem menos 56 milhões de pares de sapatos. Em contrapartida, os norte-americanos deverão manter a rotar progressista e reforçar as compras em 156,4 milhões de pares
Os dados são do Business Conditions Survey, o inquérito que a Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS) realiza duas vezes por ano junto de especialistas de mais de 40 países no âmbito do World Footwear, e que visa avaliar as macro tendências do setor, alerta os europeus são os que encaram o futuro de forma mais negativa, com 45% dos inquiridos a apontar para quebras de consumo moderadas, valor que sobe para os 57% quando contabilizados também os que antecipam fortes quebras.
Numa escala global, e considerando as respostas de todos os continentes, 30% dos inquiridos esperam que 2023 seja caracterizado por quebras moderadas do consumo, entre 1,5% e 5%, enquanto que apenas 28% antecipam, precisamente, o contrário: crescimentos moderados do consumo. Assinala-se que 11% acreditam que o crescimento será forte (5% a 20%) e 14% que a quebra será de dimensão equivalente. No total, 16% dos especialistas apontam para uma estabilização do consumo.
Perspetivas de negócios
Cerca de 40% dos especialistas do World Footwear apenas para que os negócios sejam positivos no próximo semestre. Já 35% dos entrevistados aponta para uma estabilização. A percentagem de entrevistados que acreditam os negócios sejam fracos (16%) ou muitos fracos (9%) ascendem a 25% do total.
Realce para o facto de os fabricantes de calçado serem mais
pessimistas do que os comerciantes de calçados. Com efeito, Enquanto 56% dos retalhistas espera uma evolução positiva dos negócios, nos fabricantes essa percentagem cai para os 30%.
Ainda de acordo com o World Footwear Business Survey, no próximo semestre, as principais dificuldades na fileira do calçado à escala internacional estarão diretamente associadas ao aumento dos custo das matérias-primas ou das mercadorias (81%), a procura insuficiente no mercado interno (42%) e nos mercados internacionais (41%). Recrutamentos do professais (38%) e dificuldades financeiras (26%) são outros aspetos a considerar.
O emprego por sua vez deverá estabilizar (58% dos inquiridos), enquanto que 26% estivam um recuo dos postos de trabalho. Apenas 16% aponta para a necessidade de regras em ao mercado para novos recrutamentos.
Retalhos cresce a ritmos
diferentes
Do ponto de vista comercial, os principais canais revelam
ritmos diferentes de crescimento. Praticamente metades dos especialistas, (49%) acreditam que os canais de retalho digital aumentarão a sua participação na venda de calçados nos próximos três anos. Já o retalho multimarca poderá contribuía a sentir grandes dificuldades, já mais de 80% dos inquiridos aponta para uma estabilização (47%) ou mesmo recuo (34%) das vendas.
A nível do produto, é expectável de que os sneakers continuem a ganhar peso no mercado global, passando de uma quota atual na ordem dos 19% para 21,1% do total em 2050.
A finalizar, outro dado relevante prede-se com a sustentabilidade. Os profissionais do setor acreditam que os consumidores procuram produtos amigos do ambiente – apenas 23% não acredita nessa tendência - mas não estarão dispostos a pagar mais (60%) por isso.