Num roteiro que premeia a inovação em todo o país, a indústria do calçado foi a terceira indústria a ser destacada pelo Governo. “Não era possível fazer um roteiro da inovação que não tivesse um dia dedicado ao calçado. A primeira razão é porque a história recente da indústria do calçado é a boa demonstração de como o motor do nosso desenvolvimento tem que assentar na inovação. Por isso quando quero dar um exemplo em como a inovação é mesmo um motor de desenvolvimento… aquele exemplo que sempre me vem a cabeça e o exemplo do calçado”. As palavras são de António Costa. O Primeiro-Ministro visitou a indústria do calçado acompanhado pelo ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, por Pedro Nuno Santos e Ana Teresa Lehnman – respetivamente Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares e Secretária de Estado da Indústria.
A primeira paragem foi em Vila Nova de Gaia, na Procalçado. A empresa, com 45 anos de história, produz 5 milhões de pares de solas por ano. De empresa de componentes, em menos de uma década, a Procalçado criou duas marcas – a Wook e a Lemon Jelly.
Mais tarde, o roteiro de inovação passou pelo Centro Tecnológico do Calçado de Portugal (CTCP), em S. João da Madeira. A aposta da competitividade é um dos principais focos do Footure 4.0, que quer colocar o setor como líder mundial na relação com os clientes.
O futuro do calçado português passa, assim, pela inovação e empreendedorismo. No CTCP, António Costa ficou a conhecer uma nova geração de empresas que estão a revolucionar o setor do calçado. Undandy, andIWonder, feetit são alguns dos exemplos de startups que criaram, no universo digital, modelos de negócios inovadores.
O Primeiro-Ministro conheceu, ainda, a Skypro – empresa especializada na produção de sapatos para companhias aéreas e ground handling, preparados para qualquer latitude – e a Olives, uma nova marca de S. João da Madeira que fabrica produtos em feltro. “Nós vimos aqui start ups que têm uma produção local, mas conseguem exportar para centenas de países através do comércio online. Temos, também, indústrias que melhoram os seus processos de produção pela incorporação de informação digitalmente recolhida. Temos, também, as produções que melhoram com a informação que vão obtendo dos gostos e das tendências dos clientes”.
Para Manuel Carlos, Presidente Executivo da APICCAPS “a indústria tornou-se o setor com maior grau de especialização da economia portuguesa e a que tem o maior saldo comercial da economia. Ao colocar a inovação na primeira linha da agenda politica, o primeiro ministro deu um sinal de empenhamento pessoal neste caminho longo que a sociedade portuguesa tem pela frente feito de pequenos passos diários com persistência e com paixão”.
“O setor do calçado tem sabido reinventar-se através de uma forte aposta na inovação para diferenciar e qualificar a sua oferta, ganhando quota de mercado. Em 2017 as empresas portuguesas de calçado exportaram 83 milhões de pares de calçado”.
Primeiro-Ministro, António Costa
“A indústria do calçado não foi colocada no roteiro da inovação por nós (Governo). Foi colocada por si própria: pelos empresários do setor, pela APICCAPS; pelo excelente trabalho que fez; pelo CTCP, pelo esforço que soube fazer em apostar na inovação e na tecnologia.”
Ministro da Economia, Caldeira Cabral