Setor exportou 36,6 milhões de pares primeiro semestre do ano
Relativamente ao ano anterior, assinala-se um recuo de 7,3% em quantidade, mas um aumento de 1% em valor. Determinante para esse registo foi o crescimento do preço médio do calçado português exportado, que aumentou mais 8% para 26, 35 euros o par.
De acordo coma APICCAPS, o ano de 2023, como se perspetivava, “está a ser particularmente exigente para o setor de calçado, fruto de um abrandamento económico comum à maioria dos principais mercados de destino do calçado português”.
Na Alemanha, por exemplo, o principal mercado de destino do caçado português, assinala-se um recuo ligeiro (de 0,6%) para 212 milhos de euros. O tradicional motor da Europa «engripou» e, em resultado, de acordo com a Associação Alemã de Calçado, “uma em cada dez sapatarias encerrou no ano passado, originando um total de 1.500 encerramentos”. Na Europa, que fechou o semestre em terreno positivo (crescimento de 0,6% para 780 milhões de euros), os destaques recaem em França (mais 6% para 195 milhões de euros), Países Baixos (mais 2% para 145 milhões de euros) e Reino Unido (mais 4% para 57 milhões de euro). Fora da Europa, realce para o crescimento Canadá (mais 5% para 13 milhões de euros), Austrália (mais 11% para 5 milhões de euros) e Japão (0,3%para 5 milhões de euros).
Apurados os resultados da fileira, assinala-se um crescimento de 3,5% para 1.153 milhões de euros, motivados fundamentalmente pelos bons desempenhos do setor de componentes para calçado, que cresceu 18,8% para 39 milhões de euros, e principalmente, do setor de artigos de pele, que continua a registar máximos: cresceu 18,2% na primeira metade de 2023 para 150 milhões de euros.
Para a APICCAPS “numa conjuntura particularmente complexa, há a expectativa de que 2023 possa ser um ano de consolidação do calçado português no exterior, ainda que para isso seja essencial reforçar os investimentos em matéria de promoção externa e ir ao encontro de novas janelas de oportunidade”.
Depois da Comissão Europeia (CE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI), também a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) reviu em alta as projeções económicas internacionais para 2024.