Ministro Adjunto e da Coesão Territorial
O FAIST (Fábrica Ágil, Inteligente, Sustentável e Tecnológica) resulta de um investimento na ordem dos 50 milhões de euros enquadrado no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e pretende desenvolver a “fábrica inteligente do futuro”.
Liderado pela Carité e sob coordenação do Centro Tecnológico do Calçado de Portugal (CTCP), o consórcio responsável pelo projeto – que engloba 43 copromotores, incluindo universidades, empresas e instituições do sistema científico e tecnológico – está a desenvolver novas soluções tecnológicas, abrangendo desde ilhas de automação a linhas integradas e plataforma digitais.
Ainda de acordo com o Ministro Adjunto e da Coesão Territorial “o setor do calçado é sempre apresentado como um setor tradicional, tal como o têxtil e, no entanto, é um setor que inova imenso”. “Os empresários do calçado podiam baixar os braços e dizer que a Alemanha está em crise, a França não cresce. Perante as dificuldades, a solução é ser mais competitivo para conseguir vender melhor que outros países estrangeiros como a China, Indonésia e Filipinas”, acrescentou.
“Tenho a convicção que no final do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] teremos vários setores da economia com caminho para tornar o seu negócio mais tecnológico e inovador”, sublinhou.
O projeto
O FAIST (Fábrica Ágil, Inteligente, Sustentável e Tecnológica) “quer fazer da indústria portuguesa a mais moderna do mundo, adianta Florbela Silva, “assegurando uma maior eficiência produtiva, maior rentabilidade, ao qual acrescem melhores condições de trabalho e uma maior flexibilidade na capacidade de resposta ao mercado”. De acordo com a Coordenadora do projeto, o objetivo +assa por “aumentar o grau de especialização da indústria portuguesa de calçado para novas tipologias de produto” e potenciar “a capacidade de oferta das empresas portuguesas de calçado através do reforço da capacidade de fabricar médias e grandes encomendas, utilizando processos de montagem mais eficientes”.
Para a diretora da unidade de Inovação e Fabrico Digital do CTCP, o FAIST “foi criado como resposta às necessidades do setor do calçado e marroquinaria, com um foco na preparação deste setor para os desafios futuros, apostando de forma decisiva nas tecnologias digitais e na sustentabilidade dos processos e produtos, visando uma maior eficiência e rentabilidade, resposta rápida ao mercado, melhoria das condições de trabalho e diferenciação do produto”. Acresce que importa “alargar o leque de especialização da indústria do setor com novas tipologias de produto baseados no conhecimento, aumentar a capacidade de oferta das empresas e inserção de Recursos Humanos (RH) qualificados”.
O conhecimento, em particular, “será a nova base de recrutamento, contribuindo para a igualdade de género e de oportunidades, o reforço da coesão social nas zonas de implantação da indústria, com impacto no emprego, na fixação do emprego qualificado, nas exportações e no desenvolvimento regional mais sustentável; aumento da visibilidade e notoriedade do cluster do calçado que poderá ambicionar alargar a sua intervenção na cadeia de abastecimentos mundial”. Adicionalmente, importa “aumentar a produção nacional de bens de equipamentos e tecnologias avançadas, apostar no fabrico de produto sustentáveis e criação de linhas de produção automáticas”.
Para Florbela Silva importa que o FAIST proporcione “a reindustrialização e uso de processos de elevada produtividade que permitam às empresas fabricar pequenas, médias e grandes encomendas a preços competitivos, conseguindo entrar nas grandes cadeias de distribuição, que no passado se abasteciam em mercados mais baratos, como a Ásia”.