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Tudo o que que precisa de saber relativamente à atualidade do calçado

Tudo o que que precisa de saber relativamente à atualidade do calçado

2 Nov, 2023

Depois de um ano de 2022 de forte crescimento, o setor de calçado abrandou o passo este ano. Vamos a dados concretos.


Europa escorrega
A Europa é o mercado de referência para o calçado português. Em 2023, revela sinais de claro arrefecimento.
No setor do calçado em Portugal, no primeiro semestre, as importações europeias recuaram 5%.
Nota de particular destaque para o recuo de 10% das importações alemãs – ao qual não será alheia a situação económica débil do designado “motor da Europa” – ou de 5% das “compras” francesas. Na Europa, o pior desempenho é o sueco: as importações recuaram 12%.

Grandes players
China, Índia, Vietname e Indonésia são os quatro maiores produtores mundiais de calçado e, em conjunto, representam mais de 75% da produção mundial de calçado. Na primeira metade de 2023, todos registam quebras muito expressivas das exportações.

A China o principal player mundial de calçado. Produz anualmente 13 mil milhões de pares de calçado (quota na produção de 54%) e exporta 9 mil milhões para países como EUA (1533 milhões de pares exportados em 2022), Filipinas (527 milhões), Japão (473 milhões), Alemanha (299 milhões) e Rússia (278 milhões). Nos primeiros sete meses de 2023, as exportações chinesas de calçado recuaram 9%.

Também a Índia tem vindo a consolidar a sua posição no mercado internacional. Até junho deste ano, assinala-se um recuo de 12% das exportações indianas de calçado.

Já as exportações de calçado do terceiro produtor mundial, o Vietname (1 500 milhões de pares de calçado produzidos em 2022, de acordo com o World Footwear Yearbook), recuaram 17% nos primeiros seis meses de 2023.  

A Indonésia, por seu turno, que produz mais de 1026 milhões de pares de calçado anualmente, recuou 15% até maio.

Itália e Espanha
Itália e Espanha são tradicionalmente os principais concorrentes portugueses. Qual será o seu desempenho em 2023?
De acordo com a Associação Italiana de Calçado, “apesar de algumas sombras, o primeiro semestre de 2023 fechou com nota relativamente positiva para o calçado italiano”. As exportações cresceram 10,2% em valor até maio, as recuaram 6,8% em quantidade. Já a produção recuou 5,7%.

“A desaceleração amplamente esperada finalmente materializou-se no segundo trimestre do corrente ano”, lamentou a presidente da Assocalzaturifici, Giovanna Ceolini.

Em Espanha, segundo a Direção-Geral das Alfândegas, entre janeiro e julho de 2023, as empresas espanholas de calçado venderam ao exterior 97 milhões de pares no valor de 1.932 milhões de euros. Face ao mesmo período de 2022, as exportações de calçado aumentaram 1,2% em quantidade e 13,3% em valor. Determinante para esse desfecho foi o incremento da atividade promocional do calado português desde o início do ano. Ainda recentemente na Shoes Dusseldorf o calçado espanhol esteve representado por 70 empresas., Já na MICAM, foram mais de 132 as empresas que marcaram presença.


A situação portuguesa
Depois de um ano de 2022 extraordinário, com um crescimento das exportações superior a 20%, o setor português do calçado exportou, no primeiro semestre do ano, 36,6 milhões de pares, no valor 964 milhões de euros, continuando assim em terreno positivo.  Relativamente ao ano anterior, assinala-se um recuo de 7,3% em quantidade, mas um aumento de 1% em valor. Determinante para esse registo foi o crescimento do preço médio do calçado português exportado, que aumentou mais 8% para 26, 35 euros o par.

Mas, desde julho, a situação geral tem-se vindo a deteriorar. Num contexto particularmente difícil, “apesar do cenário de abrandamento da atividade da indústria, a maioria das empresas (69%) dizem não ter alterado o número de pessoas ao seu serviço. Há mesmo 7% das empresas inquiridas que, apesar deste contexto, reforçaram os seus quadros de pessoal”. Esta é uma das principais conclusões do novo Boletim de Conjuntura da APICCAPS, elaborado em parceria com o Centro e Estudos de Gestão e Economia Aplicada da Universidade Católica do Porto.

Europa com melhor desempenho em 2024
Numa envolvente externa de grande complexidade, como se vão comportar as principais economias no próximo ano? A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) responde.
A OCDE prevê uma evolução positiva do crescimento mundial apesar de um contexto internacional muito complicado. Contudo, alerta para o "longo caminho" a percorrer antes de se assistir a uma recuperação sustentável.
Para 2023, a organização prevê um crescimento de 2,7%, um ligeiro aumento em relação a março quando a previsão era de 2,6%. Para a indústria portuguesa de calçado, as melhores notícias deverão surgir de Alemanha e França. Os dois principais mercados para o calçado português – que absorvem mais de 40% das exportações – deverão melhorar em 2023 face a 2022.



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