Novos desenvolvimentos apresentados aos profissionais já no primeiro trimestre de 2025
O BioShoes4All envolve 70 parceiros, entre os quais 20 entidades de investigação e desenvolvimento e 50 empresas e pressupõe um investimento de 62 milhões de euros a concretizar até ao final de 2025, no âmbito do PRR. “Envolvemos empresas representativas de toda a cadeia”, destaca Maria José Ferreira, “todas orientadas para concretizar uma mudança radical ao nível da sustentabilidade dos materiais, produtos químicos, processos de fabrico, modelos de negócio e produtos finais de calçado e marroquinaria”. De acordo com a coordenadora do projeto, “o BioShoes4All é o maior projeto de sempre da indústria portuguesa de calçado e o maior investimento em investigação, desenvolvimento, inovação, e capacitação realizado num curto espaço de tempo, tornado possível pelo programa português de Recuperação e Resiliência (PRR) e o Next Generation EU”. Maria José considera que “pelo modo como foi organizado, o projeto apresenta um potencial relevante de transformação do cluster do calçado português e de ter impacto internacional”. Para já, são várias as novas soluções desenvolvidas e que devem chegar ao mercado já em 2025, sendo apresentadas ao potencias clientes da indústria nos próximos certames internacionais.
No reaproveitar
é que está o ganho
Uma das áreas de maior intervenção no projeto BioShoes4All passa pela reciclagem. “O projeto intervém ao nível de todos os materiais potencialmente utilizados no calçado, promovendo a criação de novas moléculas ou fórmulas para produção de couros, adesivos, borracha, poliuretano ou EVA, e processos de fabrico com enfase para a sua sustentabilidade global e para o fecho do ciclo de produção”, recorda Maria José Ferreira. “O mote é sermos inovadores, inclusivos, eficientes e “desperdício zero”. Por esse motivo, a nova geração de couros, palmilhas ou solas será “até 100%” biológicos, reciclados ou recicláveis e com funcionalidades superiores flexíveis, resistentes ao desgaste ou escorregamento, entre outros”.
Adicionalmente, estão em curso investimento em tecnologias de ponta para produzir biocouros, bioplásticos ou bioborrachas e bio componentes. “O projeto contribui para a implementação na Europa dos primeiros sistemas para produção de componentes e calçado em materiais termoplásticos expandidos e recicláveis”, concluiu