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Uma nova geração de produtos

Uma nova geração de produtos

19 Mar, 2025

Novos desenvolvimentos apresentados aos profissionais já no primeiro trimestre de 2025


Sapatos com casca de maçã ou de ananás? Já era! Há uma nova geração de produtos ainda mais inovadora pronta para chegar ao mercado. Desde azeitonas a borra de café, casca de arroz ou de ovos, passando por extratos de oliveira ou de pinheiro até mexilhões ou repiso de tomate, uma nova linha de produtos, no âmbito do projeto BioShoes4All, está a ser ultimada e pronta para chegar ao mercado.

O BioShoes4All envolve 70 parceiros, entre os quais 20 entidades de investigação e desenvolvimento e 50 empresas e pressupõe um investimento de 62 milhões de euros a concretizar até ao final de 2025, no âmbito do PRR. “Envolvemos empresas representativas de toda a cadeia”, destaca Maria José Ferreira, “todas orientadas para concretizar uma mudança radical ao nível da sustentabilidade dos materiais, produtos químicos, processos de fabrico, modelos de negócio e produtos finais de calçado e marroquinaria”. De acordo com a coordenadora do projeto, “o BioShoes4All é o maior projeto de sempre da indústria portuguesa de calçado e o maior investimento em investigação, desenvolvimento, inovação, e capacitação realizado num curto espaço de tempo, tornado possível pelo programa português de Recuperação e Resiliência (PRR) e o Next Generation EU”. Maria José considera que “pelo modo como foi organizado, o projeto apresenta um potencial relevante de transformação do cluster do calçado português e de ter impacto internacional”.  Para já, são várias as novas soluções desenvolvidas e que devem chegar ao mercado já em 2025, sendo apresentadas ao potencias clientes da indústria nos próximos certames internacionais.  

Maria José Ferreira assume que “os novos produtos são criados e refinados com base em estudos para medir e reduzir a sua pegada ambiental e de carbono, e atuar ao nível do desenvolvimento e seleção dos materiais e processos”. Tratam-se, no essencial, “de produtos leves, apelativos, mas com poucos materiais diferentes para potenciar a sua produção ágil e reciclagem. Os materiais e produtos integram subprodutos da alimentação humana ou animal incluindo de arroz, cereais, caroço de azeitona, castanha, casca de mexilhão, podas de videira, algas, entre outros, que reforçam ou materializam novos materiais, palmilhas, reforços ou solas. Valorizam resíduos das indústrias agroflorestais nacionais como sejam extratos de casca de pinheiro, café ou oliveira para curtir peles. Reciclam resíduos de produção de couro, componentes e calçado para fazer novos couros, componentes, incluindo testeiras, contrafortes, solas e calçado”.

Adicionalmente, “os novos produtos de calçado e de marroquinaria apresentam uma maior durabilidade, menor pegada ambiental medida seguindo o método europeu PEF”, podendo ainda ser “reparáveis ou recicláveis/circulares”. Acresce que “os processos de produção são redesenhados, humanizados e ecoeficientes, minimizam-se os produtos químicos utilizados, a energia e os efluentes e resíduos de produção”.


No reaproveitar
é que está o ganho

Uma das áreas de maior intervenção no projeto BioShoes4All passa pela reciclagem. “O projeto intervém ao nível de todos os materiais potencialmente utilizados no calçado, promovendo a criação de novas moléculas ou fórmulas para produção de couros, adesivos, borracha, poliuretano ou EVA, e processos de fabrico com enfase para a sua sustentabilidade global e para o fecho do ciclo de produção”, recorda Maria José Ferreira. “O mote é sermos inovadores, inclusivos, eficientes e “desperdício zero”. Por esse motivo, a nova geração de couros, palmilhas ou solas será “até 100%” biológicos, reciclados ou recicláveis e com funcionalidades superiores flexíveis, resistentes ao desgaste ou escorregamento, entre outros”.

Adicionalmente, estão em curso investimento em tecnologias de ponta para produzir biocouros, bioplásticos ou bioborrachas e bio componentes. “O projeto contribui para a implementação na Europa dos primeiros sistemas para produção de componentes e calçado em materiais termoplásticos expandidos e recicláveis”, concluiu

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