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Ver a indústria de calçado a trabalhar para a transição verde é inspirador

Ver a indústria de calçado a trabalhar para a transição verde é inspirador

28 Fev, 2023

Virginijus Sinkevicius presidiu à cerimónia de assinatura do Portuguese Shoes Green Pact


Cento e vinte empresas da fileira do calçado subscreverem a 24 de fevereiro o Portuguese Shoes Green Pact, numa cerimónia presidida pelo Comissário Europeu do Ambiente, Oceanos e Pescas. Virginijus Sinkevicius assumiu ser “com muito gosto” que participou na divulgação pública do Portuguese Shoes Green Pact e, desta forma, testemunhar “o trabalho que acontece no terreno. E devo acrescentar que estou muito impressionado”.

“Obrigada pelos esforços tremendos. Tornar o setor mais verde é muito importante não só para a economia portuguesa, mas também para a Europa, como um todo. Vocês podem tornar-se num exemplo para muitos outros na indústria da moda. E pelo que vi, tenho a certeza de que é apenas uma questão de tempo”, vaticinou.

O Comissário Europeu recordou que, “na Comissão, começamos coisas. Planeamos o enquadramento e orientamos o caminho a percorrer. Mas também estamos lá para caminharmos juntos. Hoje, estão a mostrar-me - estão a mostrar ao mundo - como é que isto se coloca efetivamente em prática. Estão a transformar o Acordo Europeu Verde em realidade”. “É disto que se trata o nosso Mecanismo de Recuperação e Resiliência, e são estes os resultados com que contamos”, sublinhou.

Virginijus Sinkevicius considera que “ver a articulação entre todos os elementos, aqui no Porto, ver uma indústria inteira a trabalhar em conjunto para a transição verde, é verdadeiramente inspirador”.

“Estou inspirado pelo que vejo, mas também reconfortado”, considerando para, de seguida, recordar “um aniversário sinistro”. “Há um ano, os tanques de guerra entraram na Ucrânia e, desde aí, da noite para o dia, as bombas mudaram demasiadas vidas para sempre. Esta guerra ensinou-nos muitas coisas. Uma das lições mais surpreendentes, para muitas pessoas, é a renovada importância da recuperação verde. É claro, agora, que as políticas verdes têm muito para oferecer em várias frontes.  São positivas para a nossa saúde e para a planeta, mas, hoje, as pessoas também compreendem que são positivas para a economia e para os negócios. E apoiam a estratégia de autonomia europeia”.

Para Virginijus Sinkevicius “não corremos o risco de ficarmos sem o sol ou o vento. Tornarmo-nos verde significa construir um sistema energético para o futuro, partindo de uma base sustentável. Significa preços mais previsíveis. Menos competição sobre recursos escassos como o petróleo ou o gás nos mercados globais”. Significa, igualmente, “um tipo diferente de economia, um nova conceção, com menos desperdício e mais reciclagem, para que sejamos menos dependentes na extração de recursos e importação de materiais. É isto que as pessoas querem”.

O Comissario acredita que “existe uma procura efetiva por produtos e serviços mais sustentáveis. E, como este pacto permite observar, as indústrias estão a ouvir esse apelo. E estão a juntar esforços para ir ao encontro dessa mesma procura”. Ainda assim, importa realçar que “há sempre riscos associados a ser-se empresário. Pode ser dispendioso começar uma pequena ou média empresa, especialmente neste momento. E nem sempre é fácil integrar a sustentabilidade e a circularidade no modelo de negócio”. Porem, “quando se faz isso, sabe-se que se está a planear a longo prazo. Todos sentimos que o mundo carece de uma economia diferente, com diferentes padrões de produção e consumo”. Comporta, de resto, “oportunidades de crescimento, resiliência e autonomia”. Mas, frequentemente, “significa implementar um modelo de negócio diferente”.

Calçado, uma indústria
exemplar


“A indústria portuguesa de calçado é um grande exemplo de resiliência e dedicação, assim como de esforço para inovar”, sublinhou Virginijus Sinkevicius.
O Comissário Europeu do Ambiente, Oceanos e Pescas recordou que “nas últimas quatro décadas, a indústria viu-se forçada a reinventar-se muitas vezes para dar resposta a mudanças globais. Apesar das influências externas, do crescente aumento das importações, não se limitou a sobreviver. Prosperou. E fê-lo porque se focou em qualidade e no investimento em novas tecnologias”. “Os resultados dessa coragem são, hoje, evidentes”, reiterou.

“Aqui, no Norte, o setor do calçado e dos artigos em pele é um grande empregador. Mais de 1 900 empresas oferecem postos de trabalho a mais de 40 000 pessoas. Estes números fazem desta região uma das maiores empregadoras entre a indústria de moda europeia.  Isto é algo de que nos podemos orgulhar”, testemunhou.

Virginijus Sinkevicius cosmiedxroyu, ainda, que “outra coisa de que nos devemos orgulhar são os objetivos estabelecidos no Portuguese Shoes Green Pact para 2030 e 2050. Estes refletem uma compreensão da necessidade de mudança da indústria, espelhando, também, os objetivos do Acordo de Paris”.  De Acordo com o Comissário Europeu “a indústria de calçado tem um impacto negativo no ambiente. E isto é um facto em todas as fases, do processo de produção e materiais selecionados, ao impacto na água, no uso do solo, na poluição. Verifica-se o mesmo relativamente ao desperdício, ou seja, quando o calçado atinge o fim da sua vida útil.  Por isso, é ótimo ver a abordagem diferente contida neste Pacto, uma abordagem muito em linha com os objetivos gerais da União Europeia.”

A nível da UE, “o objetivo é apoiar a transição para uma economia circular, onde os produtos são feitos de modo a não causar dano ao planeta e às pessoas. Esta abordagem está no cerne do Acordo Verde Europeu, a nossa bússola, e concretiza-se em muitas das suas componentes, como o Plano de Ação da Economia Circular”. O Pacto subscrito por 120 empresas da fileira do calçado “vai precisamente ao encontro destes esforços, porque assume uma abordagem sistémica. O seu objetivo é prestar atenção a cada etapa da cadeia de valor do produto, monitorizando os seus impactos ambientais. Isto acontece desde a conceção do produto (design) ao uso de energia, embalagem, resíduos e todos os outros passos na cadeia”.  Acresce que muito embora “o processo de produção e o seu impacto seja muito importante, o lado do consumidor não deve ser esquecido”, pelo que “a informação que os produtores partilham com os consumidores desempenha um papel significativo no aceleramento da transição para uma economia mais sustentável”. Em traços gerais, “os consumidores necessitam, sobretudo, de transparência” e, para isso, “devem possuir as ferramentas e a informação de que precisam para fazer escolhas informadas e responsáveis”.  “E, claro, é muito importante que as empresas comecem a seguir estes princípios. Este pacto fá-lo, neste sentido, através do compromisso dos signatários para partilhar os seus investimentos e resultados”, reiterou Virginijus Sinkevicius.

O Comissário Euripeu congratula-se com o facto de “ao tomar parte nesta iniciativa, as empresas que assinam o Pacto com o APICCAPS e com o Centro Tecnológico de Calçado possibilitam que toda a indústria do calçado trabalhe no sentido de assegurar uma maior sustentabilidade e circularidade. E isto também é um grande motivo de celebração”.

Reconhecendo que “as transições não são necessariamente fáceis”, Virginijus Sinkevicius assume que a Comissão Europeia tem tentado “facilitar o processo assegurando, para isso, acesso a financiamento para projetos verdes”. “Estamos a desbravar um caminho. Mas precisamos que esse caminho se transforme na estrada principal”, concluiu.

Foto de João Saramago

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