País poderá duplicar a sua dimensão até 2031
A indústria tem vindo a crescer continuamente na última década - exceto durante o período da pandemia – conquistando quota de mercado à China, ainda hoje o principal player do setor, assegurando 54% da produção mundial. Dados do Observatório da Complexidade Económica (OEC) destacam que o calçado foi o terceiro produto mais exportado do Vietname em 2020. Esse registo continuará a crescer, “beneficiando à medida que os fabricantes de calçado vão transferindo as instalações de produção da China para o país vizinho”.
O principal destino das exportações vietnamitas de calçado foram, em 2021, EUA (6 430 milhões de dólares), China (2 240 milhões), Alemanha (1 030 milhões), Japão (953 milhões) e Coreia do Sul (730 milhões).
Grandes marcas como Nike e Adidas optaram por instalar as suas principais unidades produtivas no Sul do país. A Nike tem mais de 100 fornecedores no Vietname, 96 das quais concentradas na região sul. Já 40% da produção da Adidas provem do país.
A China perde charme
Para além de custos produtivos mais baixos, em comparação com a China, o facto de o Vietname ter assinado acordos comerciais com a UE e os EUA, reduzindo tarifas e barreiras comerciais, representam bons sinais para os fabricantes locais. Em resultado do o Acordo Abrangente e Progressivo para a Parceria Transpacífico (CPTPP) – um pacto comercial assinado pela Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Singapura e Vietname – também as exportações para estes países aumentaram.
Nem tudo são, porém, bons indicadores. De acordo com o diagnóstico da Research and Markets, o setor de calçado vietnamita é dominado por operadores estrangeiros. Já às empresas locais falta escala e dimensão financeira para serem bem sucedidas no mercado internacional.