World Footwear Yearbook 2018: Portugal continua a registar um bom desempenho

Depois de dois anos de estabilização e mesmo de recuo, a produção e as exportações mundiais de calçado voltaram a aumentar, em 2017, de acordo com o World Footwear Yearbook, agora divulgado. Portugal continua a evidenciar um bom desempenho, fruto de oito anos consecutivos de crescimento nos mercados internacionais.

A produção mundial de calçado, que cresceu 2% em 2017 depois de dois anos de estabilização, permanece fortemente concentrada na Ásia, que assegura 87% da quota mundial. América do Sul, Europa, África e América do Norte, individualmente não asseguram por esta altura, mais de 5% da produção mundial de calçado.

Já as exportações, após uma queda de dois anos, aumentaram 0,7% em quantidade e 3,7% em valor, em 2017. Neste domínio, importa realçar que, ainda que a Europa tenha sido, na última década, o único continente a ganhar participação nas exportações de calçado, em termos de quantidade, representa apenas 13,8% do total mundial. A Ásia assumiu, em 2017, uma quota de 83,3%. A participação combinada dos outros continentes é, nesta altura, de apenas 3% do total.

Consumo
O consumo internacional de calçado, por sua vez, é distribuído de modo mais uniforme do que a produção. A Ásia adquire, atualmente, 54% de todo o calçado, seguida de Europa e América do Norte, com uma quota de 16% e 15%, respectivamente. Em comparação com a primeira edição deste anuário, em 2011, a participação da Ásia aumentou cinco pontos percentuais e a da África três, enquanto a Europa perdeu quatro pontos percentuais. América do Norte e América do Sul perderam dois pontos cada. Ainda neste capítulo, mas numa análise mais fina, destaque para a Índia: ultrapassou, em 2017, os EUA como o segundo maior consumidor de calçado, em quantidade. Uma marca simbólica que representa a ascensão da Ásia a grande proeminência à escala mundial. A China permanece na «pole position», liderando um top ten onde se perfilam outros três países asiáticos: Paquistão, Japão e Indonésia. Estes cinco países, em conjunto, representam cerca de 40% do consumo mundial de calçado.

Tendências dos preços
Também os preços médios de exportação aumentaram em 2017, atingindo um novo máximo histórico: crescimento de 3% para 9,18 dólares. No entanto, esta tendência não foi uniforme em todo o mundo. Os preços de exportação cresceram, por exemplo, apenas marginalmente na Ásia e caíram 4% na América do Norte.

Portugal volta a registar um desempenho muito positivo, neste capítulo. Entre os principais produtores mundiais de calçado, apresenta o segundo maior preço médio de exportação, situando-se agora nos 26,54 dólares. O preço médio do calçado exportado por Portugal é praticamente o triplo do praticado a nível mundial.

World Footwear Yearbook
Atualmente na sua oitava edição, o World Footwear Yearbook é uma publicação inserida no projeto World Footwear desenvolvido pela APICCAPS desde 2011, e que analisa as grandes tendências da indústria mundial do calçado.

Com estatísticas atualizadas até ao ano de 2017, e apresentadas em valor e quantidade, a publicação apresenta, igualmente, a evolução dos principais players a nível mundial, atendendo às variáveis produção, consumo, exportações e importações. Fazendo uma caracterização detalhada da indústria do calçado mundial, o World Footwear Yearbook 2018 inclui, ainda, o perfil individual de dezenas de mercados (82 mercados).

A publicação é, atualmente, comercializada em todo o mundo, destacandose na sua carteira de clientes nomes como Birkenstock, Bloomberg, Ecco Geox, KPMG, Sawrowski, Speedo, Siemens ou Skechers.

Complementarmente, a plataforma worldfootwear.com divulga diariamente informação pertinente sobre a realidade da indústria mundial de calçado.